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Exército já patrulha ruas do Rio

A intervenção federal começou na sexta-feira, dia 16, e foi decretada até 31 de dezembro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Comandante Militar do Leste, General Braga Netto
O Comandante Militar do Leste, General Braga Netto

Um dia após a publicação do decreto que determina a intervenção federal na Segurança Pública do Estado do Rio, tropas das Forças Armadas já foram vistas fazendo o policiamento na capital.

Homens do Exército reforçam o policiamento ao lado do Palácio Guanabara, enquanto três militares foram vistos fazendo patrulhamento a pé no entorno do Aterro do Flamengo, na zona sul. Um caminhão e mais militares foram vistos na Praia de Botafogo, também na zona sul.

O Palácio Guanabara, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeira, na zona sul, é a sede do governo estadual fluminense, onde, por volta de meio-dia o presidente Michel Temer terá uma reunião com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), ao lado dos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen. Também participará o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Por volta das 11 horas, um blindado estava estacionado em frente à sede do Fluminense Football Club, que é colada ao palácio. De outro veículo, cerca de 20 militares saíram para reforçar o policiamento.

A intervenção federal começou na sexta-feira, dia 16, e foi decretada até 31 de dezembro. Esta é a primeira vez desde a promulgação da Constituição de 1988 que o Congresso se debruçará sobre um pedido de intervenção federal em um Estado.

Temer designou o general do Exército Walter Sousa Braga Netto, comandante do Comando Militar do Leste (CML), como interventor. Braga Netto terá o controle sobre a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros. A medida é restrita à área de Segurança.

Já em frente ao Palácio Guanabara, um grupo de cerca de 20 pessoas aprovadas em concursos passados para a Polícia Militar (PM) e para o Corpo de Bombeiros aproveitou a presença das autoridades no local para fazer um protesto. Os manifestantes não chegaram a fechar a rua, mas carregam faixas, com frases como "Chega de enganação, queremos nossa convocação".

O grupo representa cerca de 4 mil aprovados em concursos passados, mas que não foram convocados por causa da crise fiscal do governo do Rio.

Policiais militares (PM) fazem o patrulhamento na região central para garantir a segurança dos foliões para o desfile do Bloco das Poderosas comandado pela cantora Anitta, na manhã deste sábado, 17. 

Na sexta-feira, 16, o presidente Michel Temer assinou decreto de intervenção federal do Rio de Janeiro. 

O Exército irá assumir a segurança pública do Estado, com responsabilidade sobre as polícias, bombeiros e a área de inteligência, inclusive com poder de pedir a prisão de seus membros. O interventor será o general Walter Braga Neto. Ele, na prática, vai substituir o governador do Rio na área de segurança pública.

O reforço da PM também ocorre na zona sul da cidade, onde outros blocos de rua irão desfilar.

Na noite de sexta-feira, criminosos armados trocaram tiros com agentes da Unidade de Polícia Pacificadora do Caju, na Avenida Brasil, nas proximidades da comunidade do Caju. A via expressa permaneceu fechada à noite.

O senador Cristovam Buarque (PPS) fez ressalvas à intervenção militar no Rio. "Apesar da necessidade de ação, estou com a sensação de Temer estar usando nossos soldados contra a violência, assim como os “fiscais de Sarney” foram usados contra a inflação, 30 anos atrás", escreveu no Twitter.