O guru brasileiro Sri Prem Baba diz que um de nossos maiores desafios é amar a quem nos incomoda. Lembro a primeira vez que ouvi ele falar sobre esse assunto, eu me peguei pensando muito em como é cômodo realmente amar somente a quem nos agrada, pessoas que temos empatia e nos faz sentir bem. Mas, amar a quem nos causa mal-estar, essa sim é uma prova de fogo.
Percebo que esse assunto pode ser bem polêmico, mas acho importante levar a uma reflexão sobre o mesmo, até para que possamos sair da caixinha e cada um se responsabilizar pelas mudanças que são necessárias para amar ao outro e espalhar essa energia de acolhimento por onde passarmos.
Vivemos um momento onde cada vez mais escolhemos o que nos faz bem, optando por buscar o que traz alegria, até porque está pesado viver com tantos problemas, fazendo com que cada um se proteja e siga da forma que seja mais confortável.
Te convido a repensar essa questão até para ficar claro que somos nós que permitirmos nos sentir ofendidos, pois cada um de acordo com a sua história vai se colocar frente a situações da vida de uma forma diferente de outra pessoa.
O amor deve ser um sentimento fluído, não há nenhuma obrigatoriedade, ou sentimos ou não sentimos. OSHO coloca que o amor não é uma relação, e sim um estado. Dentro dessa proposta em que amar é um estado de ser e sentir, independente de ter ou não uma pessoa específica, como é para nós alcançar esse transbordar?
É muito interessante reavaliar a forma que compreendemos o amor, entendemos que amor é posse, é ter desejos em comum, mas na verdade é um querer estar junto, de forma a compartilhar a vida, sem dependência. Dar atenção, carinho, cuidado por simplesmente amar, isso preenche a si mesmo.
Cada pessoa tem uma forma própria de entender esse sentimento, mas acho que quando ampliamos o conhecimento, passamos a compreender de forma mais profunda e genuína o seu significado. Desta forma, ao ficar consciente, podemos ressignificar e buscar caminhos para que esse estado de amar seja ampliado, e possamos manifestá-lo de forma mais espontânea e fluída, para cada ser vivo que tivermos contato.
Amar é o caminho que promove mudanças infinitas, porém para chegar a esse estado tão intenso de amar a todos independente das dores que nos provoca, é preciso muita disponibilidade afetiva, pois se livrar das couraças que nos protege da dor é um trabalho que envolve muita coragem.