Brasil / Segurança

2017 bateu recorde de assassinatos de travestis e trans

Brasil registrou 179 assassinatos de travestis no último ano

O relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta que houve 179 assassinatos de travestis, mulheres transexuais e homens transexuais no Brasil. Tal resultado manteria o Brasil na primeira posição do ranking que contabiliza transfobia. 

O estado que mais registrou tais homicídios foi Minas Gerais (20), seguido da Bahia (17). Pernambuco computou 13 ocorrências. A Antra ainda acredita em uma subnotificação porque em alguns casos não há respeito ao uso do nome social e da identidade de gênero das vítimas. 

O número de assassinatos dessa população em 2017 representa um aumento de 24% em relação ao ano anterior, quando existiram 144 casos. Em 2015 foram 118 registros, enquanto em 2008 foram 58. O valor de 2017 significa dizer que a cada 48 horas uma pessoa trans é assassinada no país. 

Ainda conforme a Antra, 45% dos assassinatos de LGBT são de pessoas trans. "Estamos falando de crimes de ódio! Ou vamos ignorar o contexto de vulnerabilidade a que estão inseridas as mulheres transexuais e as travestis e que por conta disso estão mais suscetíveis a violência cotidiana, ao transfeminicídio, ao machismo e a marginalidade oriundos da falta de políticas públicas e ações afirmativas que as incluem de fato como cidadãs brasileiras?", escreve o grupo. 

Dados da associação também apontam que a expectativa de vida de uma mulher transexual ou travesti é de 35 anos; 80% dos assassinos não têm ligação com a vítima; 90% dessa população vai para a prostituição; e 95% dos assassinatos trazem requintes de crueldade.