O Samba nasceu na Bahia, mais precisamente em Santo Amaro. Por isso, uma grande festa está marcada para comemorar o Dia do Samba, neste sábado, 2 de dezembro, a partir das 14h, no Mercado Municipal de Santo Amaro.
Integra a programação apresentações de vídeos e exposições fotográficas que contam o dia a dia da comunidade santo-amarense e sua reverência ao Samba Chula, além do show de Roberto Mendes e manifestações culturais, com participações de João do Boi e os Chuleiros de São Braz.
A iniciativa faz parte do projeto “Chulas na Feira”, que tem como objetivo compartilhar e preservar a manifestação cultural que originou o samba na Bahia e no Brasil: As Chulas do Recôncavo; despertando no povo o sentimento de pertencimento desse patrimônio cultural e a continuidade da história para as gerações futuras.
Até janeiro, diversos espaços culturais do município irão abrigar diversas atividades culturais.
Seminário - No dia 4 de dezembro, às 17h, no Solar Bijú, será realizado o Seminário “Olhares do Patrimônio: valorização e preservação do patrimônio cultural imaterial através da oralidade”. Estarão presentes, Roberto Mendes, que falará sobre a Chula do Recôncavo - Um panorama da identidade cultural por meio da história do nascimento do samba em Santo Amaro; d. Dora, com o tema Chula: a representação do cotidiano do povo do Recôncavo Baiano; o professor Xavier Vatin, com o tema O registro da memória por meio da oralidade; o diretor do Ipac, João Carlos Oliveira, que irá debater a Chula: Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia - A proteção e valorização que o registro é capaz de oferecer.
Encerra as atividades do dia 4 de dezembro, às 19h30, a apresentação do “Recôncavo Experimental”, na Praça da Purificação.
A chula, ritmo tradicional do Recôncavo Baiano é a base do trabalho do músico Gustavo Caribé, que a partir do seu debruçar sobre esse ritmo, iniciou um projeto que já dura 04 anos, o qual intitulou de Recôncavo Experimental.
O trabalho é fruto das pesquisas, iniciado desde os doze anos de idade, quando já acompanhava seu tio e "mestre", como o músico intitula, Roberto Mendes. Para Mendes, "o trabalho do Recôncavo Experimental é a busca da modernidade sem ferir a oralidade. Com isso quero dizer que toda leitura empírica feita em cima do comportamento, ou seja, a linha evolutiva desse trabalho não fere e sim preserva o sotaque. Uma tradução moderna da Chula do Recôncavo”.
Acompanham Gustavo nesse projeto os músicos: João Mendes (voz e guitarra), Tiago Nunes (bateria e percussão), Jaime Nascimento e Binho Aranha (percussão), Kiko Souza (sopros).
Oficinas musicais – Nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, das 10h às 12h, o Solar Bijú será palco de diversas oficinas experimentais de música. As aulas serão ministradas por Roberto Mendes e os músicos que o acompanham (João Mendes, Leonardo Mendes, Gustavo Caribé e Tedy Santana).
Com explanações didáticas e atividades práticas, a proposta é compartilhar o conhecimento através da oralidade, além de despertar nos jovens o interesse pela valorização da sua cultura - as Chulas!
Durante o encontro, os jovens irão conhecer a história da encruzilhada étnica na Bahia, o Batuque, a Ancestralidade, a Língua (redondilhas lusitanas), que são referências para o trabalho desenvolvido pelo grupo, quando irão compartilhar suas experiências a partir de uma demonstração da linha evolutiva dessa manifestação cultural, a partir dos seus instrumentos, sem ferir a oralidade, preservando o sotaque.
Violas, pandeiros, violão, guitarra, contrabaixo, tambor, palmas e o canto, são elementos que farão parte desse universo nos três dias de oficina. Poderão participar adolescentes entre 14 a 18 anos. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo email chulasnafeira@gmail.com.
Exposição - No dia 18 de janeiro, será aberta a exposição temporária “Chula: comportamento traduzido em canção”. Além de fotografias, o público terá a oportunidade de conferir painéis que irão retratar a história da chula, do samba e também depoimentos de personagens importantes do Recôncavo, como João do Boi, Alumínio, Dona Dora, Rita da Barquinha.
“Chulas na Feira” é fruto de um termo de cooperação técnica assinado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (IPAC), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), e a Ong Roda Baiana. Tem apoios da Rede Bahia e Prefeitura de Santo Amaro.