O acervo da Polícia Militar da Bahia entrou para o Registro Nacional do programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), chancelando a qualidade patrimonial dos livros e manuscritos guardados pela instituição.
A divulgação da lista de 2017 foi feita nesta semana pelo Comitê Nacional do Brasil que selecionou, durante plenária na cidade de Belo Horizonte (MG), 10 das 22 candidaturas feitas no programa da organização internacional.
A PMBA reúne no acervo da instituição, desde que foi a fundação em 1825, livros de registros de acontecimentos importantes da história da corporação, da Bahia, do Brasil e da América Latina como a Guerra do Paraguai, a Campanha de Sergipe, a Guerra de Canudos, a Revolução de 1930, a Revolta Comunista de 1935 e Cangaço.
O historiador e coordenador de Documentação e Memória da coporação, major Raimundo Marins, destaca a relevância do acervo também sob o olhar dos pesquisadores - de alunos do Ensino Médio a pós-doutores – que frequentemente buscam os registros nacionais e internacionais de diferentes épocas, motivando a candidatura no edital da Unesco.
Segundo ele, “com esse reconhecimento, o conteúdo histórico da PMBA, guardado no Quartel do Comando Geral em Salvador, passa a ser considerado patrimônio documental mundial, que deve ser preservado, reconhecido e acessível. Agradeço aos pesquisadores pelo envio de cartas de recomendação valorizando o conteúdo reunido no arquivo da corporação”.
Uma das pesquisadoras do acervo da PMBA, a professora pós-doutora da Ufba, Alícia Lose, foi co-responsável pela candidatura dos livros de registros da Polícia Militar no programa da Unesco e destaca a relevância do conteúdo guardado.
“Esse é o primeiro acervo de Polícia Militar no Brasil a entrar numa lista de patrimônios protegidos. A PMBA reúne conjunto de documentos de relevância para o Brasil como a Guerra do Paraguai, a Revolta de Pau de Colher e do Cangaço, este último, por exemplo, diferentemente da maioria das publicações, mostra a versão das volantes e não dos cangaceiros que se renderam”, diz Lose, que, também participou da candidatura dos livros do Tombo do Mosteiro de São Bento, que há cinco anos integra a lista do programa Memória do Mundo da Unesco.
Anualmente, a Unesco seleciona aproximadamente 10 acervos nacionais e o da PMBA é o único da lista na região Nordeste. Confira no link ( http://mow.arquivonacional.gov.br/) da página do organismo a relação do Registro Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo 2017.