Bahia / DESATIVADO

IBR celebra 60 anos de conquistas

Depoimentos emocionaram

Foto: Romildo de Jesus

O IBR-Instituto Baiano de Reabilitação festejou, ontem, 60 anos de fundação, sob depoimentos carregados de emoção e em clima de congraçamento entre pacientes, familiares e funcionários. A comemoração da data foi marcada, ainda, pelas presenças, como apresentadores convidados, dos artistas Tatau e Gilmelândia. O IBR tem uma trajetória assinalada por desafios, dificuldades, superações e avanços que levaram a tornar-se referência na Bahia em reabilitação e pós-reabilitação para pessoas com deficiências neuropsicomotoras. O depoimento de Tâmara Barros, mãe de Laura, entre outros, emocionou a todos, inclusive à secretária de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana, que representou o Governo do Estado no evento.

De acordo com o coordenador Rogério Gomes, a entidade atende, neste momento, a 3.200 pacientes entre crianças e idosos. Desde 2003, quando foi absorvido pela Fundação José Silveira, a entidade firmou convênio com a  Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), de São Paulo, para capacitação de toda a sua equipe técnica. A entidade paulista promove a vinda a Salvador, uma vez por ano, no segundo semestre, de uma equipe de supervisão para avaliar a qualidade da aplicação das formas ou protocolos de atendimento aos pacientes. 

O IBR realiza todo o atendimento em apenas um lugar, com assistência médica, fisioterápica, e com terapia ocupacional visando à reabilitação e pós-reabilitação das pessoas com deficiências físicomotoras.

Os atendimentos envolvem casos como os de microcefalia, síndrome de Guillain-Barré, mal de Parkinson, vítimas de AVC, além de dificuldades motoras na fala, limitação cognitiva, entre outros, com 14 clínicas especializadas, com equipe multidisciplinar e que envolvem o uso de hidroterapia adulto e infantil, em seu próprio parque aquático, com duas piscinas para as duas faixas etárias, pilates, cinesioterapia, atividades de condicionamento físico, karatê adaptado, natação e tênis As técnicas adotadas visam estimular ou otimizar potenciais na reabilitação e pós-reabilitação.

O IBR foi fundado pelo médico Fernando Nova em 16 de janeiro de 1956, sob a denominação de Instiututo Bahiano de Fisioterapia, Reumatologia e Traumatologia. Ao retornar da especialização em Fisitria, nos Estados Unidos, Nova se dispôs a criar uma instituição filantrópica para cuidar de pessoas vitimadas pela poliomielite, sobretudo crianças em condição de pobreza. No período, a doença era conhecida como paralisia infantil e se alastrava na Bahia. Para atender à grande demanda, ele contou com a solidariedade de Erwin Mongenroth, que fez a doação do terreno em Ondina, onde foi construído o novo centro para atendimento, em julho de 1961.

A entidade enfrentou séria crise entre as décadas de 80 e 90. O atraso no pagamento dos salários dos empregados gerou manifestações e passeatas promovidas por pacientes, em 2001, levando a organização a sofrer intervenção governamental. Em 2003, a Fundação José Silveira foi designada pelo governo a assumir o IBR e, em 2005, teve a unidade incorporada ao patrimônio da Fundação. No período, a fundação promoveu um investimento de R$ 9,5 milhões na reestruturação e modernização do IBR, regularizando o pagamento das dívidas e os salários dos colaboradores. 

Nos últimos 10 anos, de acordo com a assessoria da entidade, o funcionamento do instituto foi garantido mediante o investimento de R$ 22 milhões pela Fundação José Silveira.