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Estudantes da Unijorge fecham pista em protesto contra a morte de colega

Estudante de Arquitetura foi morto ao reagir a assalto

Foto: Heide Lacerda/iG Bahia
Estudantes à frente da faculdade, pedem segurança
Estudantes à frente da faculdade, pedem segurança

Eles fecharam uma das pistas da Avenida Paralela (sentido centro da cidade), na noite desta terça-feira (22/9). 

Policiais começaram a tirar os alunos da pista principal, por volta das 19h. A partir daí, eles se concentraram na pista lateral, que passa à frente do portão da faculdade, mas 30 minutos depois voltaram a tomar uma das pistas da Paralela e interromperam o trânsito.

Tiroteio e morte

Na noite dessa segunda-feira (21/9), o cabo Arisvaldo das Neves Santana, de 47 anos, estudante do curso de Arquitetura da Unijorge, foi morto na passarela em frente à faculdade.

O policial estava acompanhado da esposa, que foi vítima de uma tentativa de assalto. Arisvaldo reagiu e trocou tiros com o criminoso, mas foi atingido e morreu.

O assaltante também foi atingido e levado por um comparsa ao Hospital Roberto Santos, onde permanece internado e custodiado em flagrante pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

Um estudante da faculdade também foi alvejado na perna quando passava pelo local do crime, e socorrido para o Hospital São Rafael.

Gritos de ordem

Durante o protesto desta terça-feira, os estudantes gritavam "Não queremos morrer" e pediam segurança.

A faculdade divulgou nota em nome da diretoria e do corpo de professores, expressam seus sentimentos aos familiares e amigos, bem como aos alunos, solidarizando-se e oferecendo apoio.

"Sabemos que a efetividade das ações referentes à Segurança Pública é codependente de várias esferas da sociedade (sendo uma delas a Educação) e que este tema envolve aspectos complexos que vão da repressão qualificada à prevenção social do crime", diz a nota.

E conclui: "Diante deste cenário e visando a segurança de nossos alunos e colaboradores, informamos que estamos reiterando nossa solicitação de intensificação do policiamento no entorno dos nossos campi à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, reconhecendo seus esforços significativos e preocupação legítima com a integridade dos cidadãos baianos".

Assaltos frequentes

Vários alunos já foram assaltados na passarela, que fica a cerca de 20 metros do portão de saída dos alunos e cruza as duas pistas da Avenida Paralela.

Ontem, a marca de um corpo, pintada no chão, mostrava que os estudantes estão de luto.


Foto: iG Bahia

Críticas ao Estado e à Prefeitura

Oto Vinicíus, presidente do Diretório Acadêmico da Unijorge, disse que os estudantes estão reivindicando apoio tanto do governo do Estado quanto da Prefeitura, que segundo ele deixa a passarela sem iluminação.

"A segurança diminuiu, de 7 rondas semanais para 4. Estupros acontecendo, assaltos e tudo mais. Não estamos mais aguentando", disse o estudante.