Com certeza que Aécio não faria diferente, mas não é este o caso. Quando Dilma nos debates e nos seus programas eleitorais, sob orientação dos seus marqueteiros, garantiu que não ia punir aqueles que votassem nela, todos acreditaram. Mas nem passado uma semana e ela fez tudo o que tinha dito que não faria. Aí estão os aumentos nos preços dos combustíveis, está vindo a da conta da energia e o que estava represado como vestuário, transporte, remédios e alimentos – como se a carne já não tivesse com mais de 30 por cento de aumento e o povo trocando a de primeira por de segunda e a de segunda por sopa de osso.
Dilma disse também que o PSDB tinha a mania de plantar inflação para colher juros, mas o que se viu foi a elevação da Selic para quase 12 por cento e o mercado garante que até dezembro a taxa de juros vai subir mais 2,5 por cento, o que seria considerado um absurdo pelo PT caso ele não estivesse no governo. Dilma não está fazendo o dever de casa, como disse que faria e ainda deixa Mantega em banho-Maria.
A economia está parada, a inflação sobe e quem tem mais dificuldades para manter o básico para a vida são justamente aqueles que votaram nela, que depositaram suas esperanças nas urnas levados pela discurso elaborado pelos marqueteiroe e lidos em voz alta pela presidente: a população mais pobre. Inflação atinge mas não abala o rico. Como fica a cara de Dilma pós-eleição e da falta de palavra?
Ela vem recebendo críticas e bordoadas não somente da oposição. Seus pares, principalmente os economistas, têm criticado o aumento dos juros, por que consideram que nenhum país desenvolvido deixa de entrar em crise quando assume uma postura que não é de liberar o mercado. Mas o PT não gosta do livre mercado e se ainda não fechou os portos às nações amigas, na contramão do que fez Dom João VI em 1808 e também o fez Fernando Collor, é por saber que reserva de mercado não é reserva de voto do Bolsa Família.
Antes do segundo turno das eleições, professores de Economia de universidades brasileiras e de outros países, dentre os quais os Estados Unidos e França, fizeram um manifesto garantindo que a crise internacional alardeada por Dilma não existe e que ela estava procurando defender-se do fracasso da sua economia advogando uma crise universal que que só estava na cabeça do PT. Os economistas escreveram à época que “Não há, no momento, uma crise internacional generalizada. Alguns de nossos pares na América Latina, uma região bastante sensível a turbulências na economia mundial, estão em franca expansão econômica. Projeta-se, por exemplo, que a Colômbia cresça 4,8% em 2014, com inflação de 2,8%. Já a economia peruana deve crescer 3,6%, com inflação de 3,2%. O México deve crescer 2,4%, com inflação de 3,9%.1 No Brasil, teremos crescimento próximo de zero com a inflação próxima de 6,5%. Entre as 38 economias com estatísticas de crescimento do PIB disponíveis no sítio da OCDE, apenas Brasil, Argentina, Islândia e Itália encontram-se em recessão. Como todos os países fazem parte da mesma economia global, não pode haver crise internacional generalizada apenas para alguns. É emblemático que, dentre os países da América do Sul, apenas Argentina e Venezuela devem crescer menos que o Brasil em 2014.”
O PT respondeu também com seu manifesto, com conceituação marqueteira, dizendo que as conquistas econômicas pertencem ao governo e que a crise, esta brasileira, não pode servir de argumento para um retorno às políticas do passado. Tratava-se, como se vê hoje, de mais uma ação de Marketing para confundir o eleitorado. Pois é a política econômica errônea petista que estamos vendo ser realçada neste momento pós-eleição. A oposição ainda está quieta com relação ao assunto por que aguarda o principal do regabofe que vem sendo o que o doleiro Alberto Yussef está entregando, junto com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto, em bandeja de prata. Mas, com a economia do jeito que vai, com os problemas de fechamento de contas e o Produto Interno Bruto ao Deus dará, com certeza que teremos um fim de ano com a política em pé de guerra. Uma coisa é certa: Dilma não tem condições de reverter a situação a curto prazo. E olha que ela como economista formada, parece não entender o que está acontecendo. Vamos então esperar que Papai Noel traga uma solução de presente dentro do saco. Por falar em saco...