Turismo

Passeie pelas terras encantadas da Capadócia e suas chaminés de fadas

É uma paisagem única, repleta de colunas, torres, monólitos e cones que lembram uma terra dos contos infantis

Chaminé das Fadas
Chaminé das Fadas

O que dizer da Capadócia? Linda, maravilhosa, surreal, diferente, única? Qualquer adjetivo que escolher nunca fará jus ao que encontrei neste pedaço da Turquia.

Toda esta beleza e encantamento tem origem em dois fatores: a história da região e sua formação geológica.

Há milhares de anos, toda a Capadócia foi coberta por uma espessa camada de cinzas vulcânicas, que junto com água, formou um cimento chamado Tufo. Esse material, poroso e leve passou então a sofrer com a erosão das intempéries.

O resultado foi uma paisagem única, repleta de colunas, torres, monólitos e cones que lembram uma terra dos contos infantis. Talvez por isto, suas principais formações foram batizadas de Chaminés de Fadas.

Não demorou muito para os homens descobrirem que o Tufo poderia ser facilmente escavado e utilizado de forma prática. Há mais de dois mil anos o homem tem construído suas casas dentro das Chaminés, morando literalmente dentro da terra. Existem casas de todos os tamanhos e estilos, todas escavadas dentro dos cones.

Muitos dos hotéis e restaurantes da região, também foram construídos da mesma maneira. Na cidade de Uçhisar encontramos várias destas casas ainda habitadas e em perfeito estado de conservação

Mas não foram só casas que os antigos habitantes construíram. Próximo da cidade de Goreme, encontramos o Museu Aberto de Goreme. Ali existiu desde o século X, um monastério escavado nas paredes de um vale. Foram construídos quartos, refeitórios, tumbas, capelas e igrejas, obras de tirar o fôlego. A mais bem preservada é a Igreja Escura (Dark Church), cujos afrescos ainda preservam a mesma cor e beleza de séculos atrás.

Outro lugar igualmente impressionante é a cidade subterrânea de Kaymakli. Esta é apenas uma das 36 cidades subterrâneas da Capadócia, criadas como esconderijos pelos primeiros cristãos que chegaram a região. Elas são gigantescas e tem capacidade para abrigarem milhares de pessoas. A de Kaymakli é a mais larga e tem seis níveis abaixo da superfície.

As casas, cozinhas e depósitos são interligados por um sistema de túneis, um verdadeiro labirinto difícil de ser detectado ou atacado pelos inimigos. Para suprir oxigênio e água, eram cavados grandes poços verticais. A água vinha do fundo, enquanto o oxigênio entrava pela parte superior. Com certeza um grande feito da engenharia produzido com ferramentas rudimentares e muita vontade de sobreviver.

Hoje, toda a região da Capadócia é protegida e está sob uma restrita legislação que protege tanto as casas já construídas, com as formações em estado bruto. Um dos melhores lugares para se conhecer as formações originais é o vale de Pasabag, também perto da cidade de Goreme. Todavia, a melhor visão de toda a região não é da terra, mas sim do ar.

Diariamente dezenas de balões decolam ao nascer do sol levando os visitantes para um passeio inesquecível sobre a linda Capadócia. Durante 60 minutos, os balões deslizam tanto rente ao solo, próximo as formações, como a grande altitude, oferecendo uma visão privilegiada de toda a região.

Mas a Capadócia não é feita só de chaminés de fadas ou cidades subterrâneas. A produção artística na região é forte e igualmente impressionante. O artesanato em madeira, pedra e cerâmica são marcantes. Visitamos um mestre ceramista chamado de Chez Galip, cuja obra se inspira em peças de povos antigos e em motivos islâmicos. Nos seu atelier é possível ver todo o processo de produção e finalização das obras. Outro lugar que nos impressionou foi a fábrica de tapetes de Avanos Hali.

Os turcos são famosos pela confecção de tapetes, tradição que aprenderam a mais de 4 mil anos. Na Avanos Hali acompanhamos desde a extração da seda, a coloração dos fios, o processo de tecelagem manual e o acabamento.

A visita a Capadócia não poderia terminar sem um mergulho na cultura turca. No restaurante Han Çiragan, na vila de Urgup, assistimos um show com danças tradicionais trazidas de várias partes da Turquia e nos encantamos com o espetáculo (e com a comida).

Também descobrimos que umas das mais importantes dançarinas folclóricas da região é uma brasileira. Maria Clara Sussekind, estudiosa de danças orientais, chegou a Capadócia há quatro anos para uma visita rápida, se apaixonou pelo lugar e não saiu mais. Quem sabe este também seja o nosso destino. Vamos para a Capadócia? 

Veja a reportagem em vídeo

Site parceiro
-- Gold Trip

Siga a Tribuna da Bahia    Curta a Tribuna da Bahia