O papa Bento se afrouxou todo em Cuba e os comunistas, que sempre se disse têm parte com o demônio e comem até hoje criancinhas – se bem que os padres também – fizeram com que mudasse seu discurso humanitário e libertário. O papa fez pior do que Dilma. A presidente simplesmente congelou quando viu Fidel Castro e se esqueceu de pedir pelos presos políticos.
Bento XVI ficou tão bestificado (não confundir com beatificado) quando viu Fidel que parecia aquele padre praticamente petrificado frente ao demônio no filme “O Exorcista” – quem não assistiu pode ver que ainda vale como obra prima no gênero. O padre usou de tudo que foi eufemismo, mas não se dignou a pedir que os presos políticos fossem soltos.
O demônio, todo mundo sabe, pois está tanto na Bíblia nas palavras dos sábios evangelistas, assim como no catecismo juvenil do saudoso Carlos Zéfiro, de tantas páginas coladas, tantas horas no banheiro e tanto medo de ver crescer cabelo na palma da mão, que perto do Armagedão o Belzebu se faria mais presente e sairia ganhando na contenda contra as chamadas almas do bem.
O Satanás está vencendo de goleada. Tanto que duas versões das suas infinitas legiões já estão se digladiando para ver quem fica com o butim. Edir Macedo e pastor Waldomiro estão saindo aos tapas para ver quem consegue levar mais adeptos (fiéis, claro) para suas hostes. Está na raia da discussão os bilhões que as duas igrejas – uma originária da outra – manipulam todo mês via dízimo dos fiéis, terror e outros mecanismos.
Sempre se disse que a TV era invenção do diabo. Isso já dizia a Tradicional Família Mineira, nos anos 60 do século passado, quando viram os primeiros beijos na tela e cada notícia de arrepiar, como aquela em que um rapaz atropelou um gatinho. Notícia bombástica para a época. Ou outra em que um ladrão entrou no quintal de uma vizinha e roubou a galinha. Que horror!
Não é que a TV vem agora a ser o palco final da luta de titãs entre o bem e o mal, ou seria o mal contra o mal? Pois, pela primeira vez estamos vendo os generais de um mesmo exército se digladiando pela TV em horário comprado. Seria uma guerra civil nos cafundós dos infernos? A TV, a Internet, as redes sociais, a infovia – está provado – é coisa do Capiroto; que o diga Xuxa, que até hoje tenta tirar do ar, dos sites, dos blogs e do escambau suas fotos dando uns amassos num baixinho no filme “Amor, Estranho Amor” (vá lá ver tarado!) e quanto mais retira mais aparecem, coitada!
Em 1978 aqui mesmo neste heróico jornal, fui o primeiro jornalista brasileiro a denunciar que havia alguma coisa errada acontecendo num pequeno templo; um galpão de madeira que não lembro se era em Pernambués ou Cabula, onde as pessoas entravam em êxtase, uns caras de paletó arrancavam o Satanás dó corpo de outro e o cara levantava da cadeira de rodas e saía andando já para bater um baba e depois, quando tudo terminava recolhia-se a grana de todos e uma grande saco com moedas e cédulas era embarcado num carro que ficava nos fundos do galpão.
Na semana em que o jornal me autorizou a acompanhar o culto para fazer a matéria, descobri que os pastores pegavam táxi, iam até o Shopping Iguatemi, entravam em carrões e seguiam para a Avenida Princesa Isabel, na Barra Avenida, onde moravam em apartamentos luxuosos. Denunciei e foi um arraso.
A polícia prendeu os pastores por falsidade ideológica e levou para a Secretaria de Segurança Pública. Menina! Quando o povo soube, cercaram a secretaria e a Praça da Piedade. Cercaram o jornal e tive de chamar por Deus, mesmo sendo ateu. A massa evangélica da Igreja Universal do Reino de Deus queria comer meu fígado e o do secretário de segurança.
Claro que o Diabo tem bons advogados – não conheço um advogado que não tenha parte com o Diabo – e de repente os pastores foram soltos e deu no que deu. A matéria chamou a atenção para a nova igreja no país inteiro.
A polícia prendeu os pastores por falsidade ideológica e levou para a Secretaria de Segurança Pública. Menina! Quando o povo soube, cercaram a secretaria e a Praça da Piedade. Cercaram o jornal e tive de chamar por Deus, mesmo sendo ateu. A massa evangélica da Igreja Universal do Reino de Deus queria comer meu fígado e o do secretário de segurança.
Claro que o Diabo tem bons advogados – não conheço um advogado que não tenha parte com o Diabo – e de repente os pastores foram soltos e deu no que deu. A matéria chamou a atenção para a nova igreja no país inteiro.
A Igreja Universal cresceu de forma absurda, roubou (será que o termo é este?) os fiéis da Igreja Católica, que de santa também não tem nada e do pequeno galpão de madeira pintada de azul e branco surgiram templos megalômanos, como o que fica na região do Iguatemi.
E hoje cada bispo acusa o diabo do outro, deixando claro que Belzebu está livre, leve e solto. Alguém tem de exorcizar Edir e Waldomiro, em nome de Deus. Se bem que Ele não é besta e já deve ter se mandado para a Suiça. Ou se escondeu no Vaticano onde se rouba – desde tempos idos -, mas faz.
E hoje cada bispo acusa o diabo do outro, deixando claro que Belzebu está livre, leve e solto. Alguém tem de exorcizar Edir e Waldomiro, em nome de Deus. Se bem que Ele não é besta e já deve ter se mandado para a Suiça. Ou se escondeu no Vaticano onde se rouba – desde tempos idos -, mas faz.