Arte do designer dos barões do Cacau encanta a Europa
A vanguarda da Europa faz roteiro cultural no trecho elegante e luxuoso da gigantesca Rua Kantstraße, em Berlin, desde o início da semana. Tudo para ver o esplendor do design de móveis brasileiros no século 20. E admirar a genialidade de José Zanine Caldas, baiano de Belmonte que manteve um atelier de sonhos em Nova Viçosa, criou mansões para os barões do Cacau e ganhou fama mundial a ponto de ser professor convidado da Faculdade de Arquitetura de Grenoble, na França.
Dez anos depois da morte, Zanine Caldas está esquecido pela Bahia e é celebrado mundo a fora. A mostra brasileira na Alemanha, a “Brazilian Design - Modern & Contemporary Furniture”, ou em português Brasil design, móveis modernos e contemporâneos é a maior exibição de design que o Brasil já fez na Europa.
Além dos trabalhos do baiano José Zanine Costa, e do filho dele, que assina como Zanine de Zanine, a exposição reúne também peças de Oscar Niemeyer, de Lina Bo Bardi, a arquiteta italiana que criou o “Museu de Arte Moderna da Bahia”, e dos irmãos Fernando e Humberto Campana. O brilho maior entre os artistas expostos até o dia 5 de maio na influente “Galerie Zeitlos” é sem dúvida, de José Zanine Costa.
Estão expostos móveis que o artista baiano criou principalmente nos anos 1940 e 1950. Uma peça inédita de seu acervo é o aparador “Sideboard”, em madeira maciça e vidro transparente, que Zanine desenhou um pouco depois, nos anos 1970 e tem uma indisfarçável inspiração étnica, lembrando estamparias africanas.
Zanine e Krajcberg
No sul da Bahia, alguns bairros elegantes de Ilhéus e Itabuna estão coalhados de mansões dos barões do Cacau que foram projetos de arquitetura assinados por Zanine, ou que exibem detalhes e móveis criados por ele. O artista era autodidata e no Brasil enfrentou problemas com o trade de arquitetura por causa disso. A França ignorou este detalhe e o convidou para ser professor universitário.
A curiosidade sobre a glória atual de Zanine na Alemanha, é pelo ponto em comum que há entre ele e Frans Krajcberg, o artista polonês que se mudou para o Brasil e escolheu justamente Nova Viçosa, como Zanine, para instalar seu atelier de trabalho. Krajcberg vive desolado com o desprestígio na Bahia. A onda de euforia criada recentemente com a proposta de receber apoio para suas atividades, se dissipou. Um conjunto de cinco intervenções no projeto do atelier do artista, não saiu do papel.
Tarde classuda para Juca
Os estilistas classudos, aqueles que fazem a glória das celebridades e claro, do criterioso jet-set internacional, foram reabilitados pelas elegantes baianas, e apareceu como dress code quase oficial do surpreendente almoço de aniversário da socialite Juca Moniz Ferreira Lisboa. Foi ontem à tarde, na unidade brasileira do restaurante italiano “Alfredo di Roma”, em Ondina.
Surpreendente porque, a própria aniversariante abriu mão da cor Rosa que ela usa em tudo, até em alguns cristais e porcelanas da decoração da casa, e se rendeu ao nude com brilho que Miucha Prada preparou para a meia estação. Quem compra no enlouquecedor comércio da agora chique cidade de Miami, não erra. E Juca não se cansa de ir à Flórida.
Fiéis a Largefeld
Também de “Prada” estava Sandra Moscoso Carvalho, embora fosse esperado, pois ela usa a marca praticamente no dia a dia. A filha dela, a dermatologista Analuzia Carvalho e Carvalho escolheu o jeito hollywoodiano do florentino Roberto Cavalli, famoso por assinar a maior parte dos vestidos quando a entrega do “Oscar” era feita no “Teatro Kodak”, em Los Angeles.
Mas pausa geral foi para ver a fidelidade às criações de Karl Largefeld para a casa “Chanel”, que é mantida pela arquiteta Yeda Barradas Carneiro, ex-primeira dama da Bahia e mãe do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro. Resta saber se quando o marroquino Alber Elbaz assumir o cargo de estilista, vai conseguir manter a cliente baiana.
Esquadrão da animação
O novo bloco da folia baiana é para ficar muito acima da avenida e dos camarotes. Na verdade a “FéBahia”, sigla da “Federação de Entretenimento da Bahia” laçada hoje em café da manhã no “Bahia Othon Palace Hotel”, é um verdadeiro pool de produção que deve agitar e muito o show business brasileiro. Melhor, é o que se pode chamar de força tarefa do trade carnavalesco para controlar melhor a verdadeira galinha de ovos de diamante que é o carnaval baiano.
Ninguém por enquanto quer se chamar de líder da ideia. Mas ninguém seria louco de ignorar o potencial e a garra do produtor Ricardo Martins, ou principalmente do investidor Paulinho Góes, que estão entre os anfitriões do evento de hoje. Produtoras de eventos, bandas, artistas, fornecedores diversos ligados ao show business, blocos e camarotes profissionais fazem parte da nova entidade.
O charme da devoção
Isabel Ribeiro conhece de sobra o talento dos artistas que embelezam as roupas, adereços e os espaços do candomblé. Tanto que decidiu fazer o seu design equilibrado colorir também as quartinhas, aqueles potes de barro onde são guardadas as águas nos rituais. A surpresa foi que o trabalho caiu no gosto de iniciados, dos não iniciados, e até dos que ainda não sabem nada da sabedoria milenar afro-baiana.
Foi surpresa mesmo. “Eu dei umas quartinhas de presente para o meu amigo Sergio Maggio, e nem me percebi o que ele planejava quando mostrou para os amigos colocando nas redes sociais”, conta detalhando o rebuliço causado pelo jornalista e escritor baiano Sergio Maggio, que mora em Brasília.
A mensagem no “Facebook”, com a foto de Maggio segurando as quartinhas, se transformou numa avalanche de pedidos para compra das peças. Embora não haja restrição para usar como decoração ou presente, o sucesso preocupa Isabel por causa do volume de pedidos. Ela mostra detalhes pelo isabel.riber@gmail.com o seu endereço eletrônico
Queridinha dos cariocas
Baiana de uma tradicional família de Salvador, Monique Pedreira Gardemberg estudou cinema em Nova York e coleciona sucessos e prêmios no Brasil e no exterior pelos filmes e peças de teatro que dirige. Anteontem teve mais uma noite de consagração no Rio de Janeiro, ao receber o troféu de “Melhor Direção”, na sexta edição do “Premio ABTR”, criado pela “Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro”.
A festa foi no ambiente retrô do “Teatro Carlos Gomes”, na região central do Rio de Janeiro, e a premiação de Monique foi pela peça o “Inverno da luz vermelha”. No meio do burburinho, a diretora do filme e mine-ssérie de televisão “Ó pai Ó” recebeu cumprimentos de amigos e colegas, como a atriz Zezé Polessa e Luiz Erlanger, diretor da “TV Globo” .