Obama, que chega ao Rio de Janeiro em busca das mulatas, esta semana - embora sua mulata Michelle, pode-se notar os detalhes, daria numa excelente madrinha de bateria na Mocidade Independente ou União da Ilha -, está dando uma de frouxo com relação a Kadafi. Que muitos chamam de Gadafi, como se tivesse gofando que nem criança com refluxo.
Já era para ter entrado com tudo, tomado conta do espaço aéreo, meter lá umas bombas, mandar que os marines sujassem, as botas e dessem um cagaço no ditador líbio. Também a Angela Mercury, lá da Alemanha está segurando o mijo. Quando fala em revolta nos países muçulmanos ela se treme toda. É bom saber que desde que perdeu a Segunda Grande Guerra, os alemãs dão um boi para entrar na briga e uma boiada para ficar de fora. Kadafi não. O cara é macho, disse que não sai e que venham os ianques com a Sétima Cavalaria ou o Nimitz ou a Nasa, que levam pau.
O problema é que desde que os índios cheynennes massacraram o general Custar e sua Sétima Cavalaria, comandados pelo chefe Cavalo Louco, os americanos parece que perderam a coragem e a capacidade de vencer guerras, a não ser que conte com a ajuda da Força Expedicionária Brasileira. Os caras já foram escorraçados da Coréia, pagaram mico no Vietnã, só faltaram pedir penico para Fidel Castro, amargaram muitas amarguras no Iraque e estão pedindo a Alá um meio de saírem do Afeganistão. Agora não querem entrar na Líbia, pois sabem que podem passar vergonha de novo.
Os americanos estão errados? Estão é certo. Quem pariu Mateus que balance. Muito embora saibamos que americano não pode viver longe de problemas. Seu imperialismo demanda ação de proteção aos planetas, aos povos e a defesa irrestrita da democracia. Claro que americano não é besta e cada vez que vai à guerra sua economia ganha pujança. O que é deixar morrer umas centenas de soldados se a indústria bélica, riqueza e o poder do país crescem? Nada. Soldado foi feito para ser bucha de canhão.
Aproveitando falar em guerra, vou contar uma história interessante, que mostra o lado humanista do baiano frente à guerra e sua humildade perante os vencidos. Todo mundo sabe que nós, que nascemos na Cidade Baixa, portanto Itapagipanos (assim mesmo com maiúscula), não temos medo de nada e já botamos para correr invasores de todas as hordas: franceses, holandeses, espanhóis e portugueses e os antigos garantem que até marcianos já apareceram por lá e levaram no cocuruto em forma de cuscuz.
Os portugas foram aqueles que deram um pouco mais de trabalho, porque choravam muito e nossa gente ouvia os lamentos vindos lá do Forte do Mont Serrat e dava pena invadir e cortar as cabeças. Mesmo assim, certa vez a Coroa Portuguesa cercou a Ponta do Humaitá - sei por ser meu bisavô Armando um dos heróis das batalhas pela Independência da Bahia, o que quer dizer que é a mesma do Brasil. Nossos homens (lá deles) olharam as embarcações fazendo o cerco e viram vindo por terra o exército imperial. Depois de extensa confabulação ficou decidido enviar um ultimato para os portugueses. Teor da missiva:
”Suas bichas. Seus piratas docas, bucaneiros e pernas de pau, invasores da terra brasilis. Rendam-se imediatamente ou pereçam. Temos 50 homens, cinco traineiras, dois saveiros, duas canoas, dois cavalos e um canhão lambedor de fogos”, assinado o comando.
Os portugueses respondem: ”Vamos lutar. Nosso Exército tem 5 mil soldados. Temos 20 navios de guerra, 60 canhões, milhares de bacamartes, 600 cavalos e vocês estão cercados”.
Depois de um dia inteiro de discussão os baianos respondem: ”Certo. Não vamos mais aceitar a rendição de vocês, pois não temos como alojar tantos prisoneironeiros. Podem se retirar”.