Jolivaldo Freitas

Pedindo desculpas e errando cada vez mais

Meu amigo Carlos Ribas, que vem a ser um genial produtor teatral, que de tanto carregar, literalmente, peças no muque ganhou algumas hérnias de disco; e que é também um jornalista de primeira linha, se queixou que enviou para mim um release sobre exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia e um recado. Publiquei no site Notícia Capital o recado e esqueci a matéria principal. Algo mesmo indesculpável.

Outro dia estava ouvindo Fernando Guerreiro, também teatrólogo genial e que está me saindo um maravilhoso animador-locutor-comentarista do Roda Baiana, na Rádio Metrópole e escrevi para ele um e-mail criticando o texto de uma peça com atores globais que tinha ido assistir e que foi ruim de danar. Era só para conhecimento dele e terminei enviando o e-mail, por ato falho, para a produtora do espetáculo. Claro, que ligou para mim e me desancou.

Isso sem falar que, semanas atrás, por absoluto engano publiquei no A Tarde – e o jornal não tem culpa nenhuma no cartório – uma resenha literária sobre o livro:  “O Altar das Montanhas de Minas”, em que usei uns enxertos do texto-resenha do escritor baiano Rafael Rodrigues, publicado num site literário,  sem usar as aspas.

O texto com aspas e com referência ao autor ficou escondido nas entranhas do meu computador e enviei o e-mail errado. Algo que volto a me desculpar com ele publicamente e que me deixou bastante chateado até hoje. Nunca havia acontecido comigo tal infelicidade. Espero que ele me perdoe um dia.
Meu editor Gerson Brasil, aqui mesmo neste espaço, outro dia ligou para mim. Estressado e sem nenhuma sutileza e me perguntou de chofre:

– Você está esclerosado ou ficando burro?

– Qual o motivo do ódio? – perguntei.
Ele me disse que eu tinha acabado de enviar uma crônica defasada, que já tinha saído em semana anterior e eu nem me dei conta. Fui procurar onde estava a que tinha acabado de escrever e acredite nunca mais que achei. Ficou o espaço vazio e ele teve de se virar para preencher. Levou dias sem falar comigo.

Sem querer dizer que estou esquecendo senhas, de ligar de volta para as pessoas, de comer. De beber água como me explica o cirurgião Carlos César e já tenho os rins cheios de pedras, de caminhar na orla como manda o doutor cardiologista Juarez Brito e até mesmo de ver minhas novelas preferidas.

Outro dia saí de casa para ver o jogo do Bahia em Pituaçu – ainda acredito que ele vai sair da cloaca onde se encontra – e parei no Salvador Shopping. Para fazer o quê? Olha que peguei um engarrafamento do cão. Fiquei me perguntando com cara de bobo no meio do estacionamento. Voltei para casa.
Agora, respondendo ao Gerson e ao Rafael Rodrigues:

- Estou ficando burro e esclerosado. Só pode.
Vão me desculpando, inclusive você que está perdendo seu tempo lendo estas mal traçadas linhas.