Ao Vitória bastava empatar o jogo deste domingo (12 de novembro), contra o Novorizontino, fora de casa, para, de forma matemática, garantir a sua presença na elite nacional em 2024.
Mas o Rubro-Negro venceu no Jorge Ismael de Biasi, pela 37ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. E de virada. 2 a 1. O título poderá vir na terça-feira (12), se o Criciúma perder ou empatar a partida contra o Guarani, em Campinas
Com o resultado, o Vitória se isolou ainda mais na liderança da Série B e alcançou os 69 pontos, abrindo oito do Atlético-GO, em segundo. Criciúma e Juventude, ambos com 60, completam o G-4. O Novorizontino, por outro lado, viu o acesso ficar ainda mais distantes. A equipe paulista é a sétima, com 57.
8 clubes lutam por uma vaga na Série A, do segundo lugar, Atlético-GO (61) ao nono, Guarani (56). Entre eles, estão Criciúma (60), Juventude (60), Sport (60), Vila Nova (58), Novorizontino (57) e Mirassol (57).
Os critérios de desempate são (nesta ordem): mais vitórias, melhor saldo de gols, mais gols pró, confronto direto, menos cartões vermelhos, menos cartões amarelos e sorteio.
Como foi o jogo
O Novorizontino entrou em campo como se estivesse em uma decisão, enquanto o Vitória começou a partida mais desligado. Com isso, o time paulista saiu em busca do gol e por muito pouco não abriu o placar aos 13 minutos. César Martins recebeu dentro da área e cabeceou rente à trave do goleiro Lucas Arcanjo.
O Vitória deu contragolpear no contra-ataque, mas viu o Novorizontino abrir o placar aos 19. Geovane arriscou do meio da rua e exigiu grande defesa de Lucas Arcanjo. A sobra caiu nos pés de Rômulo, que empurrou para o fundo das redes.
Na frente do placar, o Novorizontino passou a administrar a vantagem e o sistema com três defensores deu segurança para os homens de frente, que continuaram ameaçando o Vitória. O time baiano, então, avançou as linhas e resolveu pressionar o rival. Aos 49, após bela troca de passes, a bola chegou em Léo Gamalho, que dominou com categoria e mandou para o gol.
No segundo tempo, o Vitória “sentou” no resultado e se fechou. O Novorizontino, por outro lado, foi para cima, mas sem arriscar muito. Aos 13 minutos, o time paulista quase marcou, com Douglas Baggio. Ele recebeu na entrada da área e chutou. A bola tirou tinta da trave.
Os times acabaram se acomodando com o resultado. Mesmo assim, o Vitória cresceu no fim e quase marcou. Welder avançou pela esquerda e cruzou. Após bate e rebate, a bola bateu no travessão.
Quando tudo indicava que o duelo terminaria empatado, Zé Hugo foi derrubado pelo goleiro Georgemy, pênalti. Aos 53, Welder foi para a cobrança e decretou o acesso do Vitória à elite do brasileiro.
O Novorizontino volta a campo na sexta-feira, às 21h30, diante do Londrina, no estádio do Café, em Londrina (PR). No sábado, às 17h, o Vitória recebe o Sport, no Barradão, em Salvador (BA).
Novorizontino
Georgemy; Adriano Martins, César Martins e Ligger (Bryan Borges); Willean Lepo (João Afonso), Geovane, Marlon, Rômulo (Felipe Marques) e Roberto (Reversion); Douglas Baggio e Ronaldo (Rodolfo).
Técnico: Eduardo Baptista
Vitória-BA
Lucas Arcanjo; Zeca, Camutanga, Wagner Leonardo e Matheuzinho; Matheus Trindade, Dudu e Giovanni Augusto (Mateus Gonçalves); Iury Carvalho (Welder), Léo Gamalho (João Victor) e Osvaldo (José Hugo).
Técnico: Léo Condé
Gols
Novorizontino: Rômulo 19’/1T
Vitória: Léo Gamalho 49’/1T | Welder 53'/2T
A luta pelo título nacional
Tão tradicional nos gramados do futebol brasileiro, o Vitória está perto de finalmente conquistar um campeonato nacional. Grande em terras baianas e nordestinas, o Rubro-Negro possui 29 títulos estaduais e cinco conquistas regionais, mas quando o assunto é nacional, sempre esbarrou no ‘quase’, parando no inesquecível Palmeiras de 1993 e no Santos de 2010, com os ‘Meninos da Vila’ Neymar e Ganso.
A luta do Vitória para colocar a tão sonhada estrela no peito passou a ganhar relevância em 1992. Na ocasião, o Rubro-Negro fez uma grandeSérie Bdo Campeonato Brasileiro, mas esbarrou em duas finais contra o Paraná, perdendo o primeiro jogo por 2 a 1, no Pinheirão, em Curitiba, e por 1 a 0 na antiga Fonte Nova, em Salvador. Foi quando o Leão da Barra começou a conhecer a fama de ‘vice’.
Surpreendendo todo o Brasil, no ano seguinte, em 1993, já disputando a elite do futebol nacional, o Vitória desbancou os gigantes Corinthians, Santos e Flamengo na segunda fase do Brasileirão, se garantindo na grande final contra o Palmeiras. Aquele time revelou grandes nomes, como o goleiro Dida, o lateral-direito Rodrigo e o saudoso atacante Alex Alves. Em campo, deu a lógica e o Verdão de Edmundo, Zinho, Edilson e Roberto Carlos ficou com o título.
Em 1997, já ambientado e conhecido no futebol brasileiro, o Vitória montou um elenco ousado. Craques como Túlio Maravilha, Dejan Petkovic e Bebeto, que tinha sido campeão do Mundo pela seleção brasileira em 1994, desembarcaram em Salvador. Junto com atletas como o meia Fernando, formaram um dos times mais badalados da história do clube baiano, mas no Brasileirão, o Vitória ficou em nono, perdendo a chance de classificação e disputa do título.
Principalmente na década de 1990, a história do Vitória ganhou páginas inesquecíveis e memoráveis para um time novo e pouco experiente no cenário nacional. Em 1999, o Rubro-Negro correspondeu às expectativas criadas por si e se classificou para a segunda fase do Brasileirão, sendo eliminado na semifinal pelo Atlético-MG após três jogos. Naquele ano, nas quartas de final, o Rubro-Negro protagonizou uma partida inesquecível com o Vasco, terminada em 5 a 4 para o Vitória no Barradão. O título que parecia estar perto, mais uma vez escapou.
O século mudou e o Vitória também. Com uma gestão moderna, o Rubro-Negro saiu na frente dos adversários dentro do Nordeste, mas passou a ver na Copa do Brasil uma oportunidade maior de colocar a primeira estrela no seu escudo. A primeira grande chance foi em 2004. Na ocasião, o Vitória passou por CTE Colatina, Sampaio Corrêa, Internacional e Corinthians, mas esbarrou no Flamengo na semifinal de uma competição que foi vencida pelo Santo André.