Saúde

Esclerose múltipla: o tratamento precoce ajuda na qualidade de vida

O reconhecimento dos sintomas e a descoberta precoce da doença permitem iniciar o tratamento mais cedo

Foto: Arquivo pessoal

O médico Eduardo Cardoso

A esclerose múltipla é uma doença crônica degenerativa, caracterizada por sintomas oscilantes e recorrentes, que causam alterações neurológicas significativas, como problemas de visão, mobilidade, equilíbrio e controle da urina. 

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 35 mil pessoas no Brasil, principalmente jovens e mulheres, são portadoras da doença, mas muitas pessoas têm um entendimento limitado ou desconhecem essa patologia.

Como forma de sensibilizar a sociedade em relação à EM, bem como oferecer apoio às pessoas que vivem com a condição e suas famílias, em 30 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. 

De acordo com o médico Eduardo Cardoso, neurologista do Grupo CITA (Centros Integrados de Terapia Assistida), referência em tratamentos de doenças autoimunes no Brasil, a conscientização desempenha um papel fundamental na busca por tratamentos mais eficazes e na melhoria da qualidade de vida dos enfermos.

“Ainda que não haja cura, a conscientização sobre os sintomas iniciais e o diagnóstico precoce é fundamental para a gestão da doença. Ao identificar os primeiros sinais de alterações neurológicas, é essencial buscar atendimento médico especializado para uma avaliação adequada”, aconselha o médico.

O reconhecimento dos sintomas e a descoberta precoce da doença permitem iniciar o tratamento mais cedo, reduzindo a duração dos sintomas e as chances de complicações e incapacidades físicas a longo prazo. “A esclerose múltipla não precisa mais ser vista como uma sentença de incapacidade. Com a identificação correta e acesso a terapias adequadas, os pacientes podem viver uma vida plena e ativa”, conclui. 

Embora não seja necessariamente uma doença hereditária, há uma predisposição genética que influencia o sistema imunológico, combinada com fatores ambientais. “Infecções virais, baixa exposição ao sol e níveis baixos de vitamina D, tabagismo, obesidade e estresse são considerados gatilhos que podem desencadear a doença”, declara o especialista, reforçando ainda que evitar esses fatores de risco é importante para reduzir a probabilidade de desenvolvimento.