Saúde

Doença autoimune (Sjögren) afeta as glândulas lacrimais e salivares

O diagnóstico da Síndrome de Sjögren pode ser um processo demorado e complexo

 

Foto: Arquivo pessoal

A reumatologista Marcella Barreto

A Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune que afeta as glândulas lacrimais e salivares, bem como outras partes do organismo. Apesar de pouco abordada, não é uma realidade distante para os brasileiros.

De acordo com a reumatologista da clínica IBIS, Marcella Barreto, a falta de estatísticas precisas sobre a prevalência da Síndrome de Sjögren no Brasil ocorre devido a associação a outras doenças como artrite reumatoide e lúpus, e a semelhança dos sintomas com outras condições, que dificultam o diagnóstico preciso e abrem um alerta sobre o pouco conhecimento que se tem da síndrome.

“O diagnóstico da Síndrome de Sjögren pode ser um processo demorado e complexo, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com outras doenças. Nos momentos iniciais de manifestação da doença, os pacientes tendem a apresentar olhos secos e sensação de areia nos olhos, bem como boca seca. Além disso, podem apresentar também fadiga, dores articulares, ressecamento da pele e aumento da sensibilidade à luz”, afirma a médica.

Atualmente, não há cura para a Síndrome de Sjögren, mas a conscientização sobre os sintomas e necessidade de acompanhamento médico precoce, são formas de solucionar esse problema. Além disso, existem tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento pode incluir o uso de lágrimas e saliva artificial, medicamentos imunossupressores para reduzir a resposta autoimune, anti-inflamatórios e outras terapias sintomáticas.

“Exames clínicos e testes laboratoriais podem ser realizados para medir a produção de lágrimas e saliva, bem como para detectar a presença de autoanticorpos no sangue, como os anticorpos antinucleares (ANA) e os anticorpos anti-SSA e anti-SSB, que são frequentemente associados à Síndrome de Sjögren. No entanto, para além dos exames e tratamentos, é necessário capacitar os profissionais de saúde para reconhecerem os sinais e sintomas da doença, afim de agilizar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado mais rapidamente, melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, explica Marcella Barreto.

Pesquisas continuam sendo realizadas para entender melhor a doença e desenvolver abordagens mais eficazes no tratamento. Os avanços na medicina tem trazido esperança para os pacientes que sofrem com essa condição debilitante. É fundamental que profissionais de saúde, pacientes e suas famílias estejam atentos aos sintomas e busquem orientação médica adequada para um diagnóstico precoce e tratamento adequado.