Seis filarmônicas realizam o 33º Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho, das 17h30 às 21h30 do dia da Independência do Brasil na Bahia, em frente ao Monumento ao Dois de Julho, no Campo Grande. No dia seguinte, 3 de julho, a partir das 19h, também no Campo Grande, o Baile da Independência celebra com o povo a data máxima da Bahia, com as vozes de Irma Ferreira e Mario Bezerra e ao som da Orquestra Fred Dantas. Os dois eventos são promovidos pela Fundação Gregório de Mattos, da Prefeitura Municipal de Salvador, com direção do maestro Fred Dantas.
No 33º Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho a abertura será realizada pelas seis filarmônicas que tocarão juntas o Hino ao 2 de Julho, sob a regência do maestro Fred Dantas. As filarmônicas participantes são a Banda de Música da Guarda Municipal de Salvador, Filarmônica João Mendes de Almeida, de Canarana, Filarmônica Lyra dos Artistas, de Santo Amaro da Purificação, União dos Ferroviários Bonfinenses, de Senhor do Bonfim, Oficina de Frevos e Dobrados, de Salvador, com participação especial da soprano Irma Ferreira, e a Filarmônica Bráulio Pimentel, de São Miguel dos Campos, Alagoas, que chega a Salvador especialmente para participar do encontro.
Programação do 33º Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho
17h30 - Apresentação conjunta das seis filarmônicas do “Hino ao 2 de Julho”, com regência do maestro Fred Dantas. Em seguida se apresentam:
Banda de Música da Guarda Municipal de Salvador
Filarmônica João Mendes de Almeida, de Canarana
Filarmônica Lyra dos Artistas, de Santo Amaro da Purificação
União dos Ferroviários Bonfinenses, de Senhor do Bonfim
Filarmônica Bráulio Pimentel, de São Miguel dos Campos, Alagoas
Oficina de Frevos e Dobrados, de Salvador, com participação especial da soprano Irma Ferreira
Sobre as filarmônicas participantes
Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Salvador – Foi criada no ano de 2008, considerando a importância de se promover eventos musicais nas comunidades como meio de divulgação e democratização da cultura musical, visando o estabelecimento conceitual de "Guarda Cidadã". Considerando ainda a necessidade de prevenção à violência através de ações, programas e projetos que visem despertar, resgatar ou preservar o sentimento da vida em comunidade e de cidadania, a Banda vem fazendo da música um instrumento de prevenção à violência.
A banda atualmente é formada por 18 músicos, sob direção administrativa de Leandro Magalhães e regência do maestro Hamilton Fernando. Além de eventos de caráter cívico e desfiles em datas oficiais, a Banda da Guarda Civil Municipal participa de diversos eventos populares na nossa cidade, quando além do repertório característico das filarmônicas, executa arranjos e adaptações de músicas clássicas e populares. No presente encontro ela irá executar, entre outras composições, o ainda não oficial “Hino à Bandeira da Bahia”, de Luiz Roberto Alves.
Filarmônica João Mendes de Almeida, da cidade de Canarana - A Filarmônica João Mendes de Almeida é uma das bandas filarmônicas mais recentes da Bahia, tendo sido fundada em 2021 pelo prefeito Ezenivaldo Alves Dourado. O nome da filarmônica foi dado em homenagem ao mais notável homem de cultura popular de Canarana, que esteve sempre a frente das festas populares da cidade, como as Caretas e o Bumba-Meu-Boi.
A jovem filarmônica tem sido o lugar para jovens e crianças da cidade crescerem socialmente através da música, onde a convivência fraterna se associa ao ensino de leitura musical e prática instrumental profissionalizantes. São 60 participantes, dos quais 42 estarão se apresentando no palco do 2 de Julho em Salvador. O resultado desse trabalho, tendo à frente o mestre Róbston Alencar, tem sido levado para a população de Canarana e cidades da região, e as apresentações sempre são aplaudidas pela afinação e escolha do repertório. Nesse sentido a experiência de participar do Encontro em Salvador será um grande incentivo para a continuidade deste belíssimo trabalho.
Sociedade Filarmônica Lyra dos Artistas, de Santo Amaro da Purificação – A cidade de Santo Amaro da Purificação, conhecida mundialmente pelos seus artistas populares e suas tradições de raízes afro brasileiras, é a terra de quatro filarmônicas, sendo três delas centenárias, como a estimada Lyra dos Artistas, com 115 anos de atividades. Esta é a “banda de Dona Canô”, por ser a tradicional executante da parte externa da Novena de Nossa Senhora da Purificação.
Fundada no dia 1º de março de 1908, a Sociedade Filarmônica Lira dos Artistas se consolidou enquanto instituição cultural fundamental para o calendário de celebrações religiosas e cívicas de Santo Amaro, através de apresentações públicas, como na Festa de Nossa Senhora da Purificação, no dia 2 de fevereiro; no dia da emancipação da cidade, em 13 de março; ou no Ato de Vereação, no dia 14 de junho, data do grito de Independência do Brasil declarado pela Câmara de Vereadores de Santo Amaro em 1822, antecipando o 7 de setembro e o 2 de julho. Em 2021 a Lyra, através da Lei Aldir Blanc, realizou o documentário “Filarmônica Lira dos Artistas: 113 anos de música”, numa apresentação virtual gravada dentro da Igreja Matriz de N. Sra. da Purificação
União dos Ferroviários Bonfinenenses, de Senhor do Bonfim - A feliz iniciativa de um grupo de ferroviários no ano de 1953, de formar uma banda filarmônica, veio se somar a uma associação entre filarmônica e ferrovia onde muita cultura musical foi produzida em nosso país. Nesse ambiente surgiram mestres compositores como o bonfinense Isaias Gonçalves Amy, e o mais conhecido e amado mestre de música da União dos Ferroviários, José Ferreira da Silva, o popular Zé Mocó, que colocou a banda em destaque entre as quatro que existiam em Bonfim.
Depois de um grave período de dificuldades, a partir do início do século atual, a banda começou a se reativar não somente reabrindo sua escola de música, como também sediando cursos e projetos sociais em associação com a música e organizando encontros de filarmônicas. Hoje participa ativamente de eventos em Senhor do Bonfim e de festivais e datas comemorativas na sua região, tendo à frente o mestre Jose Egnaldo Silva, conhecido como Mestre Miranda. A União dos Ferroviários Bonfinenses se orgulha de ser um local onde diversos músicos, hoje com diploma universitário e pós-graduados, tiveram sua oportunidade de se iniciar.
Banda de Música Maestro Bráulio Pimentel, de São Miguel dos Campos, Alagoas – No ano de 2004, numa iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura do Município de São Miguel dos Campos, Alagoas, foi criada uma banda de música que tem sido uma referência em sua cidade e região. O nome da banda foi dado em homenagem ao seu maestro fundador, atualmente com 97 anos de idade. A presença de uma banda de música de um estado vizinho ( já vieram bandas de Sergipe para o Encontro de Filarmônicas) soma experiências e traz variedade musical e humana para o evento.
Para os jovens e crianças que formam a totalidade dos participantes da Banda Bráulio Pimentel será uma experiência marcante e incentivadora para o crescimento musical e humano. À frente do grupo está o mestre Luis Paranhos, que é graduado em Música pela Universidade Federal de Alagoas, tendo feito especialização em Composição pela UFBA, tendo como seus assistentes o clarinetista Jamesson Lins e o saxofonista Wallas Vieira.
Oficina de Frevos e Dobrados, de Salvador - Em 1982, durante o II Festival de Música Instrumental da Bahia, foi organizado por Fred Dantas um pequeno grupo de sopros e percussão para recepcionar seu mestre de bandas, João Sacramento Neto. Passado o evento, o grupo continuou com o nome de Oficina, pelo seu caráter laboral e experimental, e de Frevos e Dobrados, que são duas principais referências composicionais das bandas de música.
A Oficina tem sido a banda-anfitriã do Encontro de Filarmônicas, oportunidade em que realiza estreias de novas composições e um show de encerramento com participação de artistas notáveis. Entre as estreias estará o “Dobrado Maurício Vasconcelos”, composto pelo mestre José de Castro, conhecido como mestre Cazuza, da cidade de Livramento de Nossa Senhora, e o “Dobrado Manuel Querino”, composto por Fred Dantas em homenagem ao escritor abolicionista, fundador do Liceu de Artes e Ofícios, pioneiro em documentar a culinária da Bahia. Haverá em seguida a execução da “Polaca Mucugê”, com o notável flautista Rainer Krupe e para encerrar, o aguardado show da filarmônica com a voz de Irma Ferreira, que vai trazer músicas de compositores da Bahia, como Ederaldo Gentil, Riachão, Valmir Lima, Zé Pretinho, numa homenagem a cantora Claudete Macedo.
Irma Ferreira – A soprano Irma Ferreira, graduada em Canto Lírico e doutoranda em Educação Musical pela UFBA, é uma interprete consagrada de canto lírico, tendo em seu currículo protagonizado várias óperas no Brasil e no exterior. Ao mesmo tempo é bastante conhecida por sua atuação na música popular, na música de orquestra popular e por um trabalho reconhecido em várias partes do mundo de resgate de cantos e rezas da tradição musical do Candomblé.