Agosto é um mês de importantes alertas em relação à saúde. No dia 29, por exemplo, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Geralmente, quando se fala nesse assunto, o ponto principal são os fumantes. Há quem acredite que apenas eles correm risco de saúde. No entanto, quem não fuma também pode ser afetado. Afinal, quando o cigarro é aceso, sua fumaça contamina o ar, especialmente em espaços fechados.
O fumante passivo inala dois tipos de fumaça: a exalada por quem está fumando e a que sai pela ponta do cigarro acesso. Ao passar o dia em um ambiente poluído, os não fumantes podem respirar o equivalente a 10 cigarros, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), correndo risco de doenças como sinusite, faringite, câncer de pulmão, enfisema pulmonar, infecções respiratórias, infarto e AVC. Mesmo quem não inala, mas fica exposto à uma superfície contaminada, também pode ser prejudicado.
Professor do curso de Fisioterapia da UNIFACS e mestre em Tecnologias Aplicadas à Bioenergia, Adriano Celso explica que as doenças mais comuns em quem absorve as substâncias tóxicas mesmo sem ter tocado em um cigarro são relacionadas às alergias. “Há muitos casos de pessoas que desenvolvem rinite, algumas evoluem com sinusite, algumas irritações de garganta como a faringite, há pessoas que desenvolvem tosse alérgica, seca, que são as mais comuns. Nos casos mais críticos há pessoas que podem evoluir com bronquite, e até câncer de pulmão”, esclarece.
Limites
Para reduzir as chances de fumar passivamente, a orientação é evitar dividir espaços com quem fuma. De acordo com Adriano Celso, o ideal é que os fumantes fumem nos espaços destinados para a prática, em ambientes abertos e que respeitem as pessoas não usuárias do fumo. “Também é importante destacar a responsabilidade que o não fumante deve ter em estabelecer esses limites e se afastar desses espaços, tendo em vista que a fumaça, muitas vezes, assume o formato do ambiente”, frisa.
Ajuda
O professor da UNIFACS, que integra o Ecossistema Ânima, também orienta: quem tem dificuldade em parar de fumar por conta própria deve buscar um profissional de saúde para auxiliá-lo. “Isso é importante porque o desmame não é fácil, os pacientes entram em abstinência. Além disso, precisam tratar das sequelas deixadas, fazendo atividades físicas e reabilitando a parte respiratória com um fisioterapeuta, já que, em vários casos, as pessoas sofrem com muita tosse e secreção acumulada no pulmão por conta do tabagismo”, descreve o fisioterapeuta.
Dados
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a fumaça do cigarro contém quase 5.000 produtos químicos, muitos dos quais prejudiciais. Pelo menos 50 deles podem causar câncer. Ainda de acordo com a Organização, cerca de oito milhões de mortes, por ano, no mundo, são relacionadas ao tabagismo. Dessas, 15% (1,2 milhão) ocorrem em pessoas que não usam cigarro, mas por conviver com quem fuma, a maioria (64%) são mulheres.