O protetor solar é um dos produtos essenciais na vida do indivíduo. É através dele que é possível se proteger dos efeitos causados pela exposição à luz do sol, como envelhecimento precoce, câncer de pele e queimaduras. Por isso, estudos para melhorar a produção dos fotoprotetores são realizados pelo mundo.
Na Universidade Federal da Bahia (Ufba), os pesquisadores desenvolveram um protetor solar a partir do extrato de Passiflora cincinnata, mais conhecida como folha de maracujá do mato, uma planta comum no semiárido baiano. A tecnologia obteve a patente de invenção concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A ideia é fruto de uma dissertação de mestrado feita por Danilo Menezes Oliveira, orientado pelo Prof. Mateus Freire Leite, e coorientado pelo Prof. Juliano Geraldo Amaral, no Programa de Pós-graduação em Biociências da Ufba, campus de Vitória da Conquista. Após estudarem mais de 13 espécies de vegetais do semiárido baiano, os pesquisadores descobriram a capacidade da folha do maracujá do mato como ativo fotoprotetor.
“O nosso grupo de pesquisa avaliou o potencial da biodiversidade local para utilização em composições cosméticas para fotoproteção. Das 13 espécies avaliadas, o potencial do extrato das folhas de Passiflora cincinata, para proteção da radiação ultravioleta A e B chamou atenção e nos levou a desenvolver a tecnologia”, afirma Mateus.
O protetor solar é uma associação de filtros que auxiliam o ser humano a absorver, dispersar ou refletir a radiação ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). Nesta tecnologia, o extrato da folha do maracujá do mato é veiculado em sistema nanométrico, sendo misturado com outros componentes para se tornar um fotoprotetor. “A tecnologia pode ser associada a outros filtros solares e apresenta perfil sensorial de baixa oleosidade. O produto final pode ter diferentes formas de apresentação, como spray, cremes, loções, géis e composições labiais”, explica.
A tecnologia, que é de titularidade da Ufba, está finalizada e disponível para licenciamento. De acordo com Mateus Freire, a utilização da folha do maracujá do mato é benéfica porque é uma fonte natural e sustentável. Além disso, o professor destaca que a tecnologia pode estimular a economia da região semiárida. “Delimitando as pesquisas na área em espécies regionais, pode-se alcançar um relevante impacto social. Ao desenvolver formulações fotoprotetoras baseadas em princípios ativos naturais extraídos sustentavelmente da biodiversidade brasileira, se tem a possibilidade de se fomentar a economia das regiões abrangidas”.