Uma das principais constatações da pesquisa realizada pela TIM entre seus clientes pré-pago, diz respeito à relevância do professor para a vida: 68% dos entrevistados disseram ser uma profissão “muitíssimo importante” e 12% avaliaram como “importante” – totalizando 80%. Em contraste, outros 11% avaliaram como “pouco” ou “nada importante”, enquanto 9% mostraram indiferença, afirmando que a figura de um professor é “nem muito nem pouco importante”.
Já 11% dos respondentes que exercem ou exerceram a função de professor apontaram os prós e contras da profissão. Como vantagem, empataram com 25% o fato de poder ser uma influência para o futuro da sociedade e de poder contribuir com a formação das pessoas. Já 21% apontaram como benefício do professorado a oportunidade que se tem de contribuir para uma melhora do país. Apenas 9% enxergam a profissão como fonte de renda.
Em relação às desvantagens, liderou a falta de reconhecimento (22%), a baixa remuneração (20%), a falta de respeito (18%) e também a falta de interesse e dedicação dos alunos (17%). O estresse elevado também foi reclamado por 16% dos professores, assim como a falta de engajamento do país em relação à atividade docente, que foi mencionada por 11%.
A pesquisa também trouxe uma atualização em relação às dificuldades enfrentadas pelos professores durante a pandemia. A falta de acesso à internet lidera as reclamações, mencionada por 15% dos participantes. Eles ainda apontaram como dificuldade a retenção da atenção dos alunos durante as aulas online (12%) e o despreparo das famílias para apoiar os jovens (11%). Por outro lado, 8% se queixaram de despreparo dos próprios professores para dominar aulas à distância.
O levantamento obteve respostas de clientes de 14 a 60+ anos de idade, sendo o principal público respondente das faixas etárias até 24 anos (50%) e de até 35 anos (30%). Entre as 128.479 pessoas ouvidas, 11% identificaram-se como professores ativos ou inativos, sendo 44% da rede pública, 32% da rede privada e outros 32% professores particulares.
A pesquisa foi aplicada de 13 a 19 de setembro, pela plataforma TIM Ads da própria operadora, que concede bônus para navegação na internet em troca de respostas. Os dados dos usuários são mantidos em sigilo e apenas o resultado final é publicado.
A visão dos educadores
Segundo o Instituto Península, os educadores estão motivados e entendem que exercem um papel importante para a transformação social do país. Foram ouvidos mais de 1,1 mil educadores de todas as regiões do país entre 17/ de setembro e 5 de outubro.
97% dos que responderam reconhecem exercer um papel importante para a transformação social do país e na vida dos alunos, e 9 em cada 10 afirmam que sentem orgulho em falar que são professores. Além disso, a maioria se sente motivada (68%), realizada profissionalmente (69%) e respeitada pelos colegas de profissão (80%).
Ainda que se sintam motivados e orgulhosos de seu ofício, 77% dos professores acreditam que sua profissão não é valorizada no Brasil e 74% afirmam que não são respeitados pela sociedade em geral. Apesar disso, a maioria não se arrepende de ter escolhido a profissão docente (66%) e a recomenda como carreira para seus alunos (66%).
Na visão dos professores, para se sentirem mais valorizados, é necessário a melhoria da carreira (99%) e das condições de trabalho (99%). Ainda que 82% entendam que não ganham de acordo com a complexidade da profissão, a remuneração não é vista como um aspecto principal para que se sintam valorizados.
Com base nas respostas recebidas na pesquisa, o Instituto Península calculou a média de satisfação com a profissão docente no Brasil. Pouco menos da metade (47%) dos professores estão satisfeitos com a profissão - e é interessante notar que, quando se divide os respondentes por rede de ensino, as melhores notas de satisfação foram apontadas por professores da rede municipal (6,2), seguidos pela rede privada (5,8) e, por fim, a rede estadual (5,3).
Quando se divide os respondentes por níveis de ensino, as melhores notas foram dadas por professores da Educação Infantil (6,5), seguidos dos anos iniciais do Ensino Fundamental (6,0), anos finais do Ensino Fundamental (5,8) e, por fim, Ensino Médio (5,7). A pesquisa chegou a um Net Promoter Score (NPS) de -29,8. Considerando uma régua de satisfação que vai de -100 a + 100, isso significa que o NPS da carreira docente no Brasil está numa "zona crítica".
"Essa pesquisa ajuda a evidenciar aspectos interessantes que fogem do senso comum quando se pensa na profissão docente, como a questão da remuneração e do orgulho. Só conseguiremos verdadeiramente melhorar a Educação no nosso país se ouvirmos sistematicamente e darmos voz a quem está na linha de frente, os educadores, propondo soluções baseadas em evidências e acolhendo o que eles precisam", afirma Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península.