Tecnologia

Apagão do WhatsApp rendeu 70 milhões de usuários ao Telegram

O grande volume levou o serviço a apresentar oscilações

Foto: Pixabay/Creative Commons
Mesmo antes do apagão do WhatsApp, o Telegram já vinha aumentando o número de usuários

O Telegram ganhou cerca de 70 milhões de novos usuários em todo o mundo durante o apagão de 7 horas nas redes sociais do Facebook, entre elas o Instagram e o rival WhatsApp, anunciou o aplicativo de mensagens russo na terça-feira, 5.

Na mensagem, o presidente executivo do Telegram, Pavel Durov, classificou a última segunda-feira como "um recorde de registros de usuários e de atividade" no aplicativo.

"Estou orgulhoso de como nosso time lidou com o crescimento inesperado porque o Telegram continuou trabalhando perfeitamente para a maioria dos usuários", acrescentou o CEO, ressaltando, ainda, que o aumento de acesso pode ter levado alguns usuários nos Estados Unidos a "uma velocidade mais lenta do que o normal"

Durante a tarde de segunda-feira, nas redes sociais, alguns usuários do Telegram, inclusive brasileiros, se queixaram de instabilidade no aplicativo de conversas.

De acordo com o site Down Detector, que monitora o funcionamento dos principais serviços online no mundo, o Telegram começou a apresentar falhas técnicas por volta das 13 horas no horário de Brasília.

Mesmo antes do apagão do WhatsApp, o Telegram já vinha aumentando o número de usuários. No último mês de agosto, o aplicativo atingiu a marca global de 1 bilhão de downloads, graças a um ganho de popularidade ainda mais acentuado durante o ano de 2021.

De acordo com números do site de tecnologia TechCrunch, só no primeiro semestre deste ano, foram 214 milhões de downloads do Telegram ao redor do mundo, um aumento de 61% em relação aos números do ano passado.

Prejuízo

A pane no Facebook da segunda-feira, que tirou do ar serviços como WhatsApp, Facebook e Instagram, também trouxe prejuízos financeiros para Mark Zuckerberg, além da turbulência em uma semana onde a identidade da ex-funcionária que vazou documentos da empresa foi revelada. Segundo a revista americana Forbes, o dono do Facebook perdeu cerca de US$ 5,9 bilhões em seis horas de serviços interrompidos, baixando sua fortuna para US$ 117 bilhões.

Registrada em diversos países, a queda dos sistemas do Facebook começou por volta das 12h20 (horário de Brasília) - a volta começou a acontecer lentamente apenas na noite da segunda. Segundo a empresa, funcionários estavam trabalhando para restabelecer os serviços e uma equipe foi alocada para tentar resetar manualmente os servidores.

O Facebook afirmou que uma atualização incorreta foi a causa principal do apagão de 7 horas que tirou do ar os serviços da empresa.

Com isso, o problema trouxe ao Facebook perdas financeiras por publicidade na plataforma, além de outros serviços que também eram providos a partir das plataformas.

No fechamento do mercado, as ações do Facebook também caíram na segunda-feira. Embora outras empresas de tecnologia também tenham visto o movimento, a retração do Facebook foi maior. A rede social chegou a ter queda de 5,3%, mas fechou a segunda-feira com redução de 4,89%, a maior desde novembro do ano passado.

A queda ocorreu numa onda de retração das ações de empresas de tecnologia, mas a rede de Zuckerberg ficou abaixo do patamar das concorrentes, que viram reduções no valor dos papéis de 2,8%.

Na fortuna pessoal, Zuckerberg perdeu o que representa aproximadamente 5% do total que possui. O empresário ocupa, agora, a sexta posição no ranking da Forbes de pessoas mais ricas do mundo. Na pane, Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook, também viu sua fortuna diminuir - a número 2 da empresa contabiliza, agora, US$ 1,9 bilhão, após perder US$ 22 milhões com o apagão.