Já pensou em mergulhar num universo afrofuturista e ainda se aventurar em tarefas que te levarão ao encontro de filmes imersivos em 360º? É com este conceito que o Festival Imersivo das Favelas (FIF) lança, nesta sexta-feira, o jogo Iroko Imersivo , disponível gratuitamente para computador e Android. O game nasceu para complementar o objetivo do evento, que é inspirar jovens negros e indígenas moradores de comunidades e amantes da tecnologia, bem como de dar visbilidade às produções audiovisuais de filmakers do Brasil e de países do continente africano.
Inspirado na obra da artista visual Andressa Núbia, desenhado pelo artista digital Gabriel Massan e com a direção executiva de Alexandre Pina, o jogo já conta história pelo nome. Iroko é o Orixá que representa o tempo e rege a ancestralidade, por ser a primeira árvore plantada na cultura Iorubá presente nas religiões de matriz africana. Dentro deste mundo, o jogador é representado por um avatar surreal, que se materializa toda vez que há interação com diferentes esferas. A missão é desbravar sete diferentes ilhas flutuantes cercadas por uma árvore monumental e encontrar filmes, a fim de que sejam liberados novos níveis.
Em Iroko Imersivo, Massan esculpiu um museu digital da favela em 3D, que permite vislumbrar o futuro com o presente, ressignificando o papel do espaço. Ao interagir com cada obra, a proposta é levar ao público a experiência de que arte contemporânea vai além das artes do famoso Louvre. As sete obras em 360º que disponíveis no jogo são: Na Pele , Gr8ness , Rabiola 360 , Ferenj , EMI VR , Descolonize o Olhar e Lagos at Large .
- A ideia de transformar um jogo numa exposição interativa de arte foi para alcançar um público jovem, periférico, rural, preto e indígena que já transita com naturalidade nas plataformas e mídias digitais, mas que continua sendo sistematicamente impedido de experimentar e produzir tecnologias. Para isso, desenhamos nosso próprio conceito de museu: um Louvre pensado afrofuturista e ancestral, onde as regras e experiência com o espaço e obras pudessem ter a dimensão e estética própria da favela - explica Massan.
Como funciona o gameplay?
O Iroko Imersivo funciona com dois joysticks na tela do celular. Esses joysticks aparecerão nos cantos da tela: o esquerdo controla a direção da câmera e o direito o vetor de movimento dentro do espaço interativo do jogo. Ao se aproximar de cada esfera, o jogador acionará automaticamente um vídeo em 360º. No desktop, o jogo funcionará de maneira similar, apenas com o diferencial de os controles estarem no teclado e não na tela.
Inicialmente, o game foi desenvolvido para Android (PlayStore) e desktop para garantir que o maior número de pessoas possam acessar o aplicativo e descobrir obras de jovens artistas pretos e indígenas do mundo através da tela de um telefone. Ikoro ficará disponível para download no site do Festival Imersivo das Favelas por duas semanas apenas, devido ao licenciamento dos vídeos.
- O diferencial do conteúdo imersivo é a possibilidade de contar histórias no qual o jogador ou telespectador é protagonista. Sabemos que o computador e o celular com sistema Android é mais acessível, especialmente nas favelas, queremos chegar na razão do FIF que é chamar esses jovens para produzir tecnologias e buscar investimentos para que as periferias possam levar suas artes para o centro do debate - aponta Alexandre Pina.
Festival Imersivo das Favelas
Amplificar vozes de artistas e VR filmmakers negros e indígenas de periferias e zonas rurais de todo o Brasil. Este é o objetivo do Festival Imersivo das Favelas (FIF), que ganha sua primeira edição, em formato online e gratuito, nos dias 27, 28 e 29 de agosto, a partir das 10h. Durante todo o mega evento, a proposta é potencializar a atuação revolucionária de jovens inovadores que trabalham com tecnologias sociais, ancestrais, low tech e high tech, a partir das artes visuais e mídias imersivas.
Para complementar a experiência dos participantes, grandes personalidades engajadas em causas sociais confirmaram presença. Entre eles, o DJ Rennan da Penha e o criador da Batekoo Brasil, Mauricio Sacramento. Também integram o FIF Nina da Hora, referência do afrofuturismo, a ativista e comunicadora indígena Alice Pataxó, e o talentoso Mohammed Blakk, de Gana, na África, creditado como o artista corporal para o filme Black is King de Beyoncé, entre outros convidados. Confira a programação completa aqui .
FICHA TÉCNICA IROKO
Inspirado na obra de Andressa Núbia
Direção Executiva: Alexandre Pina
Direção de Arte : Gabriel Massan
Produção: João Inada
Produção Executiva: Thamyra Thâmara /Luiz Borges /Raull Santiago
Desenvolvimento: Ralph McCoy
Trilha/SFX: João Alves Felisette
Texto/Locução: Gabriel Massan
Realização: Festival Imersivo das Favelas
Encontre o FIF nas redes: @fif_festival e no site .