Mundo

Médico pessoal do papa Francisco morre de Covid-19 na Itália

Soccorsi tinha câncer, mas morreu por complicações do vírus

Morreu neste sábado (9 de janeiro), aos 78 anos, o médico pessoal do papa Francisco, Fabrizio Soccorsi, por conta de complicações ligadas à Covid-19. O profissional trabalhava com o Pontífice desde 2015.

Segundo o portal "Vatican News", o profissional lutava contra um câncer, por isso, estava internado no hospital Policlínico Gemelli, de Roma. No entanto, a morte foi causada por complicações ligadas ao coronavírus Sars-CoV-2.

Soccorsi teve uma longa carreira médica e também como professor desde 1968, trabalhando tanto no atendimento do serviço público como em áreas de pesquisa e administração de diversas instituições da capital italiana. Entre as universidades em que atuou, está a La Sapienza, uma das mais importantes do país.

Conforme o portal católico, o médico teve uma longa carreira também na pesquisa, com mais de uma centena de estudos - próprios ou em colaboração - publicados.

Antes de ser médico pessoal de Francisco, Soccorsi trabalhou como consultor da Direção de Saúde e Higiene do Governo de Estado da Cidade do Vaticano e como perito de consulta médica da Congregação da Causa dos Santos. 

Papa tomará a vacina

O papa Francisco afirmou, em entrevista ao canal italiano Mediaset, que tomará a vacina contra a Covid-19 porque considera esse um ato ético e importante para parar com a pandemia.

"Eu acredito que eticamente todo mundo deve tomar a vacina. É uma opção ética porque você aposta na sua saúde, na sua vida, mas também na vida dos outros", ressaltou ao canal. A entrevista completa irá ao ar na noite deste sábado (09).

Francisco, que tem 84 anos e está no grupo de risco da doença, ainda confirmou que a vacinação no Vaticano começará "na próxima semana" e que "eu também me inscrevi porque isso deve ser feito".

O líder católico ainda criticou que "há um negacionismo suicida" sobre as vacinas que "eu não sei explicar". "Mas, é preciso se vacinar", adicionou. 

Segundo havia divulgado a Santa Sé, foram compradas doses da vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 desenvolvida pela Pfizer e pelo laboratório BioNTech - que já vem sendo aplicada em toda a Europa, nos Estados Unidos, Canadá, Israel, entre outras nações. A ANSA apurou que foram adquiridas 10 mil doses da BNT 162b.

Serão imunizados tanto a Cúria Romana, como funcionários do Vaticano e pessoas atendidas pelo Fundo de Assistência Sanitária (FAS).

Itália tem 19.978 novos casos 

A Itália somou mais 19.978 casos e 483 óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas, informou neste sábado (09) o Ministério da Saúde. Com isso, são 2.257.866 contágios confirmados e 78.397 vítimas desde o início da pandemia.

Os números de contaminados são maiores do que os registrados nesta sexta-feira (08), quando foram contabilizados 17.533, mas os falecimentos diminuíram sensivelmente - foram 620 ontem.

Com isso, a tendência de alta dos dados oficiais continuam a valer. A média móvel dos últimos sete dias voltou a subir e está em 16.612. Já a de mortes dos últimos sete dias é de 487 - terceiro dia consecutivo de aumento.

O boletim deste sábado ainda informou que foram realizados 172.119 testes para detectar o coronavírus Sars-CoV-2 nas últimas 24 horas, mais do que os 140.267 realizados um dia antes. Com isso, a taxa de positividade caiu para 11,6% - um pouco acima dos 10% considerados ideais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quanto maior o índice de casos positivos, mais significa que o país está testando pouco.

Os casos considerados recuperados continuam aumentando na média das últimas duas semanas, na faixa de 1%. Em números absolutos, foram 17.040 as pessoas declaradas curadas da doença, o que eleva para 1.606.630 os curados desde fevereiro do ano passado.

Os casos ativos, que desconsideram as mortes e as curas, voltaram a subir neste sábado. Foram 2.453 novos ativos, elevando para 572.842 as pessoas que lutam contra a Covid-19 na Itália.

Desse total, 546.989 estão em isolamento domiciliar, 23.260 estão internados em hospitais e 2.593 estão hospitalizados em unidades de terapia intensiva. Esses dados vêm ficando estáveis nas últimas semanas.

Neste sábado, fontes do governo italiano informaram que haverá uma reunião na próxima segunda-feira (11) para discutir o novo decreto com as regras sanitárias para frear o avanço da doença no país a partir de 16 de janeiro.

Por conta das festividades de fim de ano, foram feitas diversas alterações para tornar as regras iguais por todo o território nacional.

A partir desse domingo (10) até a sexta-feira (15), volta o sistema de faixas de cor e cinco regiões - Vêneto, Emilia-Romagna, Lombardia, Calábria e Sicília - voltaram para a zona laranja, a segunda mais restritiva. As demais regiões e províncias, estão na amarela.