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Primeiro antidepressivo inalável chega em janeiro de 2021 no Brasil

Escetamina é um medicamento é um dos mais potentes contra a depressão

Foto: Pixabay.com
Depressão
12 milhões de pessoas têm depressão no Brasil

No Brasil, 12 milhões de brasileiros, o que representa 5,8% da população, sofrem de depressão, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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A aprovação para o uso do fármaco foi feita em novembr pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

 

 A aprovação para o uso do fármaco no país foi feita em novembro deste ano, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento é destinado a pacientes de depressão resistente, além daqueles com risco de suicídio. 

O Spravato, nome comercial dado à droga desenvolvida pela farmacêutica Janssen, é recomendado quando há resposta inadequada ou ausência de resposta a um ou mais antidepressivos no combate à depressão ou na presença de comportamento suicida.

“A droga age antagonizando os receptores NMDA de glutamato, aumentando fatores neuroprotetores (BNDF), restaurando a função sináptica (neuronal). O seu mecanismo de ação que melhora as conexões neurais tem sido aclamado, em alguns lugares, como o avanço mais significativo no tratamento de depressão em décadas”, esclarece o psiquiatra Lúcio Botelho.

Um dos grandes diferenciais da medicação é seu efeito rápido, se comparado com outros antidepressivos do mercado. “Uma única aplicação desta medicação pode trazer melhora rápida dos sintomas depressivos, como falta de prazer e ideação suicida. Estamos falando de efeito logo após minutos a poucas horas da administração. Seu mecanismo de ação difere dos antidepressivos atuais que se baseiam na ação das monoaminas - serotonina, dopamina e noradrenalia”, ressalta o psiquiatra.

O medicamento só poderá ser administrado em hospitais e clínicas autorizadas, sob a supervisão médica, além da necessidade de monitorização de sinais vitais como frequência cardíaca e pressão arterial durante a aplicação.

A escetamina já é liberada nos Estados Unidos, Canadá, em parte da União Europeia e em outros países. O psiquiatra esclarece que o uso da medicação para o tratamento de quadros depressivos e do manejo do paciente com risco de suicídio é uma realidade há anos no Brasil, mas declara que a aprovação da Anvisa possibilitará mais acesso à terapia.

“A chegada do SPRAVATO ao mercado brasileiro e o reconhecimento da substância como medicação da Psiquiatria, permitirão que as pessoas possam realizar o tratamento através da rede pública ou por plano de saúde”, finaliza o especialista, que já trata pacientes com infusão de escetamina há cerca de quatro anos na OMNI, clínica especializada em terapias biológicas em Salvador.