O Consórcio Nordeste, grupo de gestão pública entre os nove estados da região, anunciou uma parceria de cooperação técnica com a iniciativa MapBiomas, uma rede colaborativa de mapeamento dos biomas brasileiros com uso da geolocalização.
O anúncio de cooperação, feito em uma live com a Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco (Semas-PE), garante o uso da ferramenta de combate ao desmatamento a todos os órgãos ambientais do Nordeste.
De acordo com chefe de gabinete do Consórcio, Glauber Piva, que anunciou a parceria, a entidade tem buscado se consolidar como uma ferramenta de gestão e criação de um novo modelo de governança.
“Dentro do Consórcio, já existe o entendimento que o MapBiomas é uma das ferramentas mais importantes para que os estados possam aumentar sua capacidade regulatória e de fiscalização. Também é fundamental compreender o tipo de usos do solo que se faz no território do Nordeste e o MapBiomas vai permitir uma melhor qualidade na governança desse aspecto”, afirmou.
Por meio de imagens de satélite com alta precisão, a plataforma monitora tanto a restauração quanto a retirada de vegetação em todos os biomas existentes na região, a exemplo da Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado.
Para o secretário do meio ambiente de Pernambuco, José Bertotti, a ferramenta é uma contribuição necessária na identificação do bioma Caatinga, característico do Nordeste.
“Há várias ferramentas de alerta de desmatamento, em especial do bioma Mata Atlântica e Amazônia. Mas existia uma dificuldade em se identificar desmatamento em áreas de Caatinga no período de secas, por conta da coloração das árvores. O MapBiomas conseguiu criar um instrumento capaz de detectar a supressão de mata inclusive em biomas mais secos. Algo muito importante para a nossa região”, pontuou o secretário.
O MapBiomas é um projeto de iniciativa multi-institucional que envolve universidades, organizações não-governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia.
Para o coordenador do projeto, Tasso Azevedo, a parceria com o Consórcio Nordeste, além de potencializar a fiscalização, também abrirá uma oportunidade de promover o intercâmbio de conhecimento e experiências entre órgãos, entidades ambientalistas e científicas nacionais e internacionais, bem como, estimular o desenvolvimento de iniciativas conjuntas.
“O projeto MapBiomas atua nessa estruturação de dados ambientais de 1985 até os dias atuais, usando tecnologia, computação em nuvem e imagens de satélite. Disponibilizamos essas informações para órgãos e poder público, sem custo, na busca de garantir a conservação dos nossos biomas”, destacou.