Pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus, o número de pacientes curados da Covid-19 ou que já receberam alta na Itália corresponde a mais da metade do total de casos.
Segundo balanço divulgado pela Defesa Civil nesta quarta-feira (13), o país contabiliza 222.104 contágios já confirmados e 112.541 pacientes recuperados da doença, sendo 3.502 apenas nas 24 horas anteriores.
A Itália chegou a ter um sobressalto no número de novos casos de coronavírus na última terça (12), com 1.402, mas a cifra voltou a cair para abaixo de mil nesta quarta, chegando a 888.
Já o total de óbitos atingiu 31.106, com 195 em um dia. Com isso, o número de casos ativos (que descarta mortos e curados) caiu para 78.457, após o 18º dia seguido de queda. Desse total, 893 correspondem a pacientes internados em UTIs, cifra que vem diminuindo de forma consistente há mais de um mês.
O país iniciou no último dia 4 de maio um percurso de retomada gradual das atividades sociais e econômicas, com a reabertura de parques e a liberação de visitas a parentes ou relações afetivas, desde que realizadas dentro da mesma região.
Além disso, autorizou na mesma data a volta dos setores de construção civil e manufatura e dos serviços de comida para viagem em restaurantes, bem como de sessões de treinamento individuais para esportistas.
A reabertura do varejo, de salões de beleza e de restaurantes para consumo no local está prevista para a próxima segunda-feira (18), mas o governo já indicou que pode acelerar ou retardar o cronograma de acordo com a evolução epidemiológica.
Volta às aulas
A ministra da Educação da Itália, Lucia Azzolina, confirmou nesta quarta-feira (13) que as aulas serão retomadas no país no mês de setembro. As escolas estão fechadas desde março por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
"Quero afirmar, com clareza, que as condições sanitárias, hoje, não permitem que terminemos o ano escolar presencialmente nas escolas. E, por essa razão, o Governo decidiu que a volta às aulas será no próximo mês de setembro", disse Azzolina durante uma sessão da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
Segundo a ministra, no entanto, "o serviço de educação é um serviço público essencial e constitucionalmente garantido" e que, por isso, "foram ativadas formas de ensino à distância".
"Assim, temos o objetivo de garantir o direito ao estudo e a proximidade aos nossos estudantes e as suas famílias", pontuou.
De acordo com as informações da titular da pasta, o governo já separou 1,45 bilhão de euros para a retomada das aulas em todos os níveis.
Desse montante, 1 bilhão irá para o Fundo para a Gestão da Volta às Escolas (400 milhões de euros em 2020 e 600 milhões em 2021); 331 milhões de euros irão para a compra de equipamentos, para a conectividade, medidas de proteção e de segurança, assistência médica e adaptação de espaços por conta da retomada; 39 milhões de euros serão destinados para permitir o chamado exame de maturidade, que marca o fim do ciclo do ensino secundário no país, na questão da compra de equipamentos de segurança e higiene para permitir os testes; e 80 milhões para cobrir as faltas na rede de ensino de 0 a 6 anos e para aumentar o fundo regional.
"Quero garantir aos diretores escolares preocupados com a responsabilidade que precisarão ter em setembro que estamos trabalhando para que não recaia tudo nas suas costas. Teremos regras claras, aplicáveis e também flexíveis a respeito das características de cada um dos institutos. Agradeço a colaboração do Comitê Técnico-Científico do Ministério da Saúde, com as forças sociais, que em parceria estamos trabalhando para criar um protocolo para as escolas", destacou Azzolina.
Com os anúncios de relaxamento das medidas de contenção da propagação do novo coronavírus, o governo italiano vem sendo bastante pressionado a retomar as aulas o quanto antes. No entanto, especialistas alertam para o risco de alta nos casos da Covid-19 ao reiniciar os estudos nas escolas.