A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira (30) que as emissões globais de dióxido de carbono podem registrar uma queda recorde de 8%, graças às medidas protetivas impostas pelos governos em todo o mundo para combater o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
De acordo com a agência, a demanda global de energia também pode cair 6% em 2020 em decorrência das restrições estabelecidas sobre residências e indústrias.
Os dados sobre as emissões de CO2 revelam que essa seria a maior contração em termos absolutos já registrados, o equivalente a seis vezes maior que o declínio de 400 milhões de toneladas ocorrido em 2009, na esteira de uma crise financeira global.
A IEA também explica que a demanda por carvão foi a mais atingida, resultando em uma queda de 8% em comparação com o mesmo período de 2019.
Já uma análise do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (Crea), com sede em Helsinque, revela que as medidas para combater o novo coronavírus no último mês levaram a uma redução de cerca de 40% do dióxido de nitrogênio (NO2) no ar, evitando a morte de 11 mil pessoas em toda a Europa, sendo 1,5 mil na Itália.
Com isso, o nível médio de poluição causada pelo NO2 diminuiu cerca de 40% (- 43% na Itália) e o nível de partículas caiu em 10% (-5% na Itália).
O estudo ainda mostra reduções maiores nos níveis de partículas do que as relatadas anteriormente e atribui essa queda também aos efeitos da quarentena no continente europeu. O impacto nas mortes é avaliado com base nos recentes modelos de risco que vinculam a exposição à poluição do ar com danos à saúde.