Ciência / Saúde

Como funciona o exame que detecta o novo coronavírus

Técnica é utilizada desde o início dos anos 1980

O Hospital Israelita Albert Einstein decidiu nessa segunda-feira (16 de março), suspender a realização de exame PCR para detecção do vírus causador da Covid-19 em indivíduos assintomáticos, sintomáticos leves, com pedido médico e também a coleta domiciliar de amostras para a execução do teste.

O objetivo é usar o recurso apenas nos casos graves, que necessitam de internação. A medida foi tomada como forma de racionalizar a utilização do teste e evitar seu desabastecimento.

O hospital tem a capacidade de realizar cerca de 3,5 mil por dia. O número de exames diários aumentou gradualmente, atingindo a marca de 1,7 mil no último fim de semana.

O teste é a resposta final e precisa sobre a presença do vírus na amostra analisada. Foi por meio dele que, no dia 24 de fevereiro, confirmou-se primeiro caso da Covid-19 no País. A identificação ocorreu no laboratório da instituição, utilizando a técnica conhecida como RT-PCR (sigla em inglês para transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase).

O método, utilizado em laboratórios desde 1983, pode ser aplicado em diversas áreas da pesquisa e do diagnóstico, como detecção de outros vírus, além de estar em avaliação para uso da análise do perfil genético de tumores.

Como funciona

A primeira ação do RT-PCR é o uso da enzima transcriptase reversa para transformar o RNA do vírus em DNA complementar, também chamado de cDNA. O RNA é produzido a partir de uma molécula de DNA e apresenta informações com as quais é possível coordenar a produção das proteínas.

Depois de ter sido transformado, são inseridos dois primers, que é uma fita simples de DNA, para auxiliar a amplificação do material genético em 100 milhões de vezes.

Com uma sonda complementar ao vírus procurado é possível observar se o conteúdo molecular é correspondente ao do agente infeccioso que os pesquisadores estão investigando.


Fonte: Agência Einstein