A senegalesa Fatima Sy foi demitida da casa de repouso onde trabalhava, na Itália, "por ser negra". A denúncia foi apresentada pela própria vítima, na quinta-feira passada (3).
"Eles me disseram que o contrato não poderia ser feito não por questões de trabalho, mas pela cor da minha pele, que incomodava alguns idosos", relatou a mulher de 40 anos.
Sy realizava um treinamento na Fundação Opera Pia Mastai Ferretti, em Senigallia. Ela alega que nenhum comentário de cunho racista foi feito na sua presença. Pelo contrário, os idosos até já a chamavam pelo nome.
A senegalesa mora há 15 anos em Senigallia e tem dois filhos, que residem em seu país de origem. Ao não ser aceita na Fundação Opera Pia Mastai Ferretti, ela recebeu proposta de trabalho do empreendedor Massimo Mattei, ex-assessor de Matteo Renzi.
"Se você quiser vir para Florença, ficarei feliz em recebê-la e de lhe oferecer um trabalho. Agora mesmo contatarei a província de Ancona para lhe dar uma oportunidade. Ao racismo, devemos dizer 'não'. Sempre", declarou.
O prefeito de Senigallia também interveio e negou o episódio de racismo. "Nenhuma discriminação ocorreu. Somente um erro lamentável. Eu conheço a fundação muito bem, assim como seus valores e as grandiosas qualidades do presidente [da entidade] Mario Vichi", salientou.
Já Vichi disse que a discriminação "não faz parte do espírito da Opera Pia". "Trabalhamos com pessoas de oito nacionalidades diferentes e temos mais de 15 funcionários 'de cor'", falou.
Para ele, a polêmica foi causada pela falta de comunicação. "Mas devemos respeitar os hóspedes da casa de repouso, pois alguns são muito idosos ou doentes e não podemos repreendê-los pelo que dizem", concluiu.