A festa era do Vitória, no BaVi deste domingo (18/2), após a inauguração da Avenida Mário Sérgio Pontes de Paiva, a Via Barradão, que leva ao Estádio, um dia antes.
Um dia especial, em que o Leão buscava manter a invencibilidade de nove jogos sem perder clássicos dentro de sua casa. O último tropeço foi em 2011, pelo Campeonato Baiano.
Durante a semana, jogadores e comissão técnica fizeram uma campanha para que houvesse um Ba-Vi da paz no estádio do Barradão. Seria o retorno do clássico com a presença dos torcedores das duas equipes no mesmo estádio.
Antes do jogo, o técnico Vagner Mancini ressaltou o momento de festa e disse que a violência não poderia manchar o maior clássico do Norte/Nordeste. “É um retrocesso Ba-Vi só com uma torcida, assim como todos os clássicos do Brasil. Isso que simboliza rivalidade sadia. Quando você tira a possibilidade do cidadão de ir ver o seu time jogar, tem que repensar onde vive, as leis que regem o seu país. Fico feliz de saber que as duas torcidas estarão aqui. Espero que as duas torcidas façam a festa, mas que apenas a nossa saia feliz no final. Mas tudo sem violência, com muita paz”, disse Mancini.
As duas torcidas queriam ver jogo - Fotos: Romildo de Jesus
Como foi o jogo
O dono da casa iniciou o jogo nervoso e foi o Bahia que começou com uma proposta mais ofensiva, forçando pelas laterais e procurando ocupar os espaços, embora sem eficiência nos primeiros minutos da partida.
O Tricolor é que teve a primeira chance, em falta marcada a menos de um minuto. Zé Rafael cobrou, a bola bateu na barreira e Vinicius aproveitou o rebote para emendar, de primeira, mas para fora.
De novo o Bahia poderia ter marcado aos 11 minutos, em cabeçada de Kaíke que Fernando Miguel salvou.
A primeira grande oportunidade do Vitória apareceu aos 15 minutos. Kanu invadiu a área e bateu cruzado, para defesa parcial do goleiro Douglas. Na sobra, Neílton quase acerta o ângulo.
Depois da parada técnica para a hidratação, o Vitória seguiu dominando e abriu o placar. Aos 33 minutos, Denílson finalizou em cima de Douglas, mas pegou o próprio rebote e acertou um chute alto, sem chances para a defesa do Bahia cortar. Vitória 1 x 0 Bahia.
Confira novamente o gol de Denílson no clássico. O Leão está vencendo, por 1 a 0. Daqui a pouco começa o segundo tempo! ???????? #VITxBAH #Baianão2018 #SomosTodosMárioSérgio pic.twitter.com/pJIilyerBJ
— #SomosTodosMárioSérgio (@ECVitoria) 18 de fevereiro de 2018
A partir do gol o Bahia passou a mostrar dificuldades na defesa, que era lenta, tinha dificuldades para sair e, com isso, permitia ao Rubro-Negro recuperar a bola, sem correr riscos.
No segundo tempo, logo aos 4 minutos, Uillian Correia colocou a mão na bola dentro da área. Pênalti, cobrado por Vinicius. Vitória 1 x 1 Bahia.
Na comemoração, o meia fez uma dancinha em frente à torcida Rubro-Negra. Os jogadores do Vitória entenderam como provocação, e teve início uma briga generalizada, transformando o BaVi da paz em uma briga generalizada. Atrás do gol, jogadores dos dois times trocaram socos por cerca de cinco minutos e a confusão. Vinícius apagou de Kanu e Denílson. Edson, do Bahia, saiu do banco de reservas para bater em Neílton. Depois de dez minutos, o árbitro Jaílson Macedo Freitas reiniciou a partida.
Foram expulsos Rodrigo Becão e Edson (que estavam no banco), Vinicius e Lucas Fonseca (pelo Bahia), Kanu, Rhayner e Denilson (pelo Vitória). Cartão amarelo para Anderson (Bahia) e Fernando Miguel (Vitória).
Briga em campo, no BaVi da paz - Fotos: Romildo de Jesus
O jogo ficou paralisado por 16 minutos.
O que houve depois do retorno da partida foi algo parecido com o futebol. O Vitória forçou duas novas expulsões, em questão de minutos.
Uillian Correia, do Vitória, que já tinha amarelo, recebeu o segundo e também foi expulso. Em seguida, Bruno Bispo recebeu vermelho.
Sem o número mínimo de jogadores, a partida foi encerrada e será agora apreciada pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD). O artigo 56 do regulamento geral de competições da CBF estabelece que nenhuma partida poderá ser disputada com menos de sete atletas em uma das equipes.
A PM fez a segurança dos torcedores, mas a confusão aconteceu dentro de campo - Foto: Romildo de Jesus
Em sua conta no Twitter, o Bahia considerou "palhaçada" e uma "vergonha" e ironizou: "Que orgulho do futebol baiano!", postagens depois apagadas.
O técnico Vagner Mancini, do Vitória, ainda dentro de campo saiu indignado com a arbitragem e reclamou do diretor do Bahia, Diego Cerri. "Nós estávamos falando sobre a pressão que a diretoria do Bahia, o Diego, deu no árbitro no intervalo. Isso ninguém viu", afirmou.
"A partir do momento em que há uma briga generalizada, e ele expulsa menos jogadores do Vitória, isso está errado. Quem causou a briga não foi o Vitória. O atleta do Bahia foi vibrar na frente na torcida do Vitória. Faz o gol de pênalti e foi vibrar na torcida do Vitória? Por que não foi comemorar com a torcida do Bahia?", prosseguiu.
A briga em campo se refletiu na arquibancada. Houve confusão na arquibancada onde estavam os torcedores do Bahia. Até o término da partida havia sido registrado a prisão de 13 torcedores.
Ficha do jogo
Vitória – Fernando Miguel, José Welison, Kanu, Bruno Bispo, Bryan, Ramon, Uillian Correia, Yago, Rhayner, Neilton e Denilson. Técnico: Vagner Mancini
Bahia – Douglas Friedrich, Nino Paraíba, Tiago, Lucas Fonseca, Mena, Gregore, Vinicius, Zé Rafael, Elber, Edigar Junio e Kayke. Técnico: Guto Ferreira.
Público pagante - 18.337
Renda - R$ 303.583,50
Arbitragem - Jailson Macedo Freitas, auxiliado por Elicarlos Franco de Oliveira e Jucimar dos Santos Dias