Há 13 anos, Leandro Firmino da Hora viu sua carreira começar de forma meteórica: estrelando "Cidade de Deus", filme que mudaria os rumos do cinema nacional a partir de 2002.
Ele fez a versão crescida do traficante Zé Pequeno, um dos personagens mais icônicos do longa, e até hoje é lembrado por isso. "Foi um personagem muito marcante, por isso as pessoas lembram", disse o ator em entrevista ao iG.
Na época das gravações, o carioca era um dos mais velhos do elenco, com 22 anos. Hoje, aos 37, ele lembra do clima de descontração nos bastidores.
"Era todo mundo muito moleque, com 13, 14 anos, então era um clima muito descontraído. Mas todo mundo era bem profissional", lembrou, apesar da pegada tensa do filme.
Leandro voltou ao universo de "Cidade de Deus" há três anos, quando o documentário"Cidade de Deus – 10 Anos Depois" foi produzido. O filme de Cavi Borges eLuciano Vidigal chegou aos cinemas brasileiros nessa quinta-feira (5/11).
Hoje, muita coisa mudou. "Agora tenho mais contato com o pessoal pelas redes sociais. Antigamente eu ia muito pro Vidigal, mas hoje não vou mais", contou o ator, que diz não assistir mais ao filme.
Do elenco do longa, ele é um daqueles que continuaram atuando. Depois do sucesso, ele fez outras produções no cinema, como "Trair e Coçar é Só Começar" e "Julio Sumiu". Atualmente, Leandro está gravando a segunda temporada de "Magnífica 70", da HBO, e abriu uma loja virtual de joias folheadas a ouro.
Assim como ele, outros atores se deram bem na carreira, casos Roberta Rodrigues e Thiago Martins. "Eles estão muito bem", comentou.
O ator comemora o sucesso deles, mas lamenta a decadência de outros, como Rubens Sabino, que recentemente foi encontrado morando na Cracolândia.
"O Rubinho é um caso à parte. Ele teve grandes oportunidades, o Fernando Meirelles deu muitas oportunidades para ele, mas ele não aproveitou nenhuma", disse Leandro.
Perder o Oscar não doeu
Mais de 13 anos após o lançamento de "Cidade de Deus", Leandro vê o longa como um dos mais importantes para o cinema brasileiro nos últimos anos, mas não como o único.
"Não é o único filme que foi importante pra retomada [do cinema nacional], o Oscar ajudou bastante, deu uma turbinada na influência do filme", explicou. "Mas, sem dúvidas, é muito importante."
Ele ainda garante que perder o Oscar em 2004 não foi traumático. "O Oscar é a grande vitrine, mas 'Cidade de Deus' ganhou muitos prêmios", disse o ator.
O longa foi indicado a quatro categorias, entre elas melhor direção, mas perdeu todas. Por outro lado, ganhou o Satellite Awards, BAFTA, Festival de Havana e Festival de Cartagena.
Hoje, Leandro Firmino da Hora olha para trás com orgulho de seu trabalho no filme. "Foi um momento bem importante da minha vida", reconheceu. Mesmo não vendo mais o longa, ele confessa que dificilmente irá esquecê-lo. "Sempre relembro os momentos especiais."