Aos 27 anos, Letícia Wiermann acaba de conquistar sua primeira grande oportunidade na televisão: comandar aos domingos ao lado de Fausto Silva o quadro "Tem Gente Atrás", na Globo.
"Há três meses e meio, minha empresária me perguntou: 'Você pode fazer um teste amanhã no Projac?' Fui sem muitas expectativas e, no mesmo dia, ligaram para falar que eu estava dentro. Claro que me preparo desde sempre para um dia estar na Globo, mas não achei que fosse acontecer tão rápido. Foi uma surpresa muito boa", comemora a modelo e apresentadora.
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A nova atração do "Domingão do Faustão" é um game de perguntas e respostas e Letícia interage com os participantes em uma fila montada ao lado do palco.
"Antes da gravação, tenho reunião com o Faustão para ele dizer quais assuntos que ele quer da fila. Ele é uma pessoa exigente e, como nasci nesse meio de TV, já o admirava e tinha ouvido falar que ele é serio. Mas não tinha noção do comprometimento dele com o funcionamento do programa. A audiência que ele tem não é por acaso", elogia a filha do apresentador José Luiz Datena com a jornalista Mirtes Wiermann.
E para quem pergunta se ter pai famoso é um diferencial no meio artístico, ela responde rápido: "Não, mas impõe respeito. A fama do meu pai ajuda só em uma coisa: ninguém me assedia, não! Ninguém mexe com a filha do Datena", pontua, com uma gargalhada gostosa.
Modelo desde os 14 anos
No horário marcado para a entrevista, na Casa Neo10, em São Paulo, Letícia chega sozinha, de cara lavada, vestindo calça jeans e camiseta branca.
Os olhos verdes e o corpão - ela mede 1,75kg e pesa 53kg -, chamam tanta atenção quanto a enorme mala Louis Vuitton que ela traz na mão cheia de roupas, sapatos e joias.
"Eu mesma garimpei umas roupas, tem sapatos meus, acessórios de uma amiga joelheira. Acho que vai ficar ótimo", comenta, antes de encontrar uma mesa para dispor toda a produção para ser usada no ensaio fotográfico.
No camarim da Globo, não é diferente. "Colaboro muito levando para o figurinista aquilo que acho bacana para vestir no programa. A Globo tem uma equipe maravilhosa de cabelo, maquiagem e figurino, mas comecei a trabalhar como modelo aos 14 anos, gosto muito de me produzir", explicou, contando que o conjunto usado no domingo anterior à entrevista foi totalmente assinado por ela.
A experiência, garante a paulista de Ribeirão Preto, vai além do visual. "Não tenho diploma ainda, mas posso dizer que cursei a faculdade da vida", analisa ela, que já morou em sete países, fala fluentemente inglês e espanhol.
Atualmente, Letícia mora com o namorado, o músico Bernardo Fonseca, no Rio de Janeiro, onde faz aula de canto, sessões de fonoaudiologia, prepara-se para prestar vestibular para o curso de Jornalismo e, ainda, pretende voltar às aulas de interpretação - ela já possui registro profissional (DRT) por ter feito curso na escola Actors Studio de Nova York.
"A gente trabalha para o público. É ele que vai escolher se você vai dar certo ou não. O que eu puder fazer para melhorar sempre e oferecer um serviço de qualidade, vou fazer", explica Letícia.
Beleza atrapalha
"Tem gente que se surpreende porque sou inteligente, acham que a pessoa é bonita e burra. Cuido do corpo, do cabelo e da pele para ser bonita e saudável, mas o meu dia também tem 24 horas, sobra muito tempo para ler, me informar", ironiza.
"Minha mãe sempre cobrou de mim ser bem informada. Não dá para ser hipócrita e dizer que beleza não ajuda. Mas ao mesmo tempo existe o lado feio da beleza, quando você está querendo vender uma ideia ou ser respeitado, tem que ter conteúdo também", justifica ela, que diz ter colocado próteses de silicone nos seios "só porque era reta".
Amizade com Marlene Matos
O exemplo da mãe jornalista inspirou Letícia. "Sempre estava acompanhando minha mãe no trabalho. Ela era editora chefe do jornal da emissora regional da Globo e apresentadora à noite. Por isso, meu primeiro comercial de TV foi com nove dias de idade porque minha ela precisava de uma criança para um trabalho, eu já estava lá e aconteceu", conta, orgulhosa.
"Muita gente acha que meu pai é que me levou à carreira televisiva, mas isso na verdade foi influência da minha mãe", diz. Outra pessoa importante nas decisões da apresentadora é a diretora Marlene Matos.
"Comecei a trabalhar com TV aos 18 anos na Band a convite da Marlene, que é minha amiga até hoje, com quem me aconselho muito sobre a carreira", lembra, sobre a experiência como repórter em 2004.
Temperamento do pai
Sem entrar em detalhes, Letícia comenta que o pai se tornou mais presente em sua vida na adolescência. Quando Letícia nasceu, Datena estava separado da mulher, Matilde, com quem acabou reatando depois e o casamento já dura mais de 30 anos.
"Meu pai e eu ficamos nove anos sem nos ver e sem nos falar por motivos que não vêm ao caso agora. Voltamos a nos relacionar quando virei modelo profissional e vim morar em São Paulo, aos 15 anos de idade. Com certeza, meu pai é meu grande amigo, não poderia ser melhor", explica.
"A minha personalidade é igual a dele, essa coisa contestadora. Não engulo sapo, não guardo desaforo", enfatiza. E o que a deixa irritada? "Inveja, credo. Tem espaço para todo mundo no mundo e se você se esforçar vai conseguir o que quer. Não precisa ficar querendo o que é do outro", finaliza.