A Polícia Civil vai capacitar delegados, escrivães e investigadores a operarem a pistola Taser M26, que será empregada no esquema de Segurança do Carnaval 2013.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o curso será oferecido pela Academia da Polícia Civil entre os dias 21 e 26 deste mês.
A arma não-letal de choque elétrico dispara cartuchos com dardos energizados.
Equipes dos departamentos de Crimes contra o Patrimônio (DCCP) e de Narcóticos (Denarc) receberão instruções sobre Policiamento em Grandes Eventos, e vão poder aprimorar o uso das pistolas.
Com duração de 60 horas, o treinamento será ministrado em dois turnos, durante seis dias, na sede da Coordenadoria de Operações Especiais (COE), no Aeroporto Internacional de Salvador. A atividade integra o Programa de Capacitação Contínua de Servidores Policiais, desenvolvido pela Acadepol.
De acordo com o delegado Jardel Peres de Azevedo, um dos coordenadores do curso, trata-se de mais uma etapa preparatória para o Carnaval. “Vamos passar para eles a doutrina do uso diferenciado da força, imobilização policial, técnicas de policiamento em Grandes Eventos e utilização da pistola Taser”, enumera o delegado.
Com carga horária de 60 horas, o treinamento será ministrado em dois turnos, durante seis dias, na sede da Coordenadoria de Operações Especiais (COE), no Aeroporto. A atividade integra o Programa de Capacitação Contínua de Servidores policiais, desenvolvido pela Acadepol.
Um dos instrutores, José Marcos Rodrigues Pereira, habilitado pela Senasp - Secretaria Nacional de Segurança Pública, vai treinar o pessoal para o uso de pistola Taser.
O instrutor explica que o dardo disparado pela arma imobiliza o indivíduo, e permite que ele seja algemado e conduzido à uma unidade policial, evitando, dessa forma, o uso de arma letal. “A Taser é também conhecida como a arma da vida”, pontua José Marcos.
Além disso, os policiais receberão conhecimentos sobre abordagem e imobilização do indivíduo, de modo a evitar lesão.
O objetivo do treinamento, ressalta o delegado Jardel Peres de Azevedo, é preparar o policial para o atendimento ao cidadão, com mais qualidade e segurança, de modo a proporcionar mais tranquilidade à sociedade, sem o uso de força letal no circuito do Carnaval, evitando efeitos colaterais.
Existem dois modelos de taser:
Taser de contato: tem o formato semelhante ao de um celular e funciona com duas baterias de nove volts.
Seu funcionamento é simples: tem o corpo de plástico e possui numa da extremidades uma junção de seis a dez pinos metálicos, agrupado em pares, por onde é descarregada a corrente elétrica. Em um dos lados possui um gatilho, onde é efetuado o disparo.
Também possui uma chave, onde a arma pode ser ligada, desligada ou colocada em standby ("modo de espera"). O resultado na vítima depende da região atingida, podendo ser desde a dormência na área atingida ou até mesmo desmaio.
Taser de IEM (air taser): tem o formato semelhante ao de uma pistola (como o da imagem) e funciona pelo principio de IEM (interrupção elétrica intramuscular). Esse modelo possui 2 eletrodos, ligados a dois fios de cobre que podem ter quatro, seis, oito ou dez metros.
Ao disparar, ela lança os dois eletrodos, que ao atingir a vitima, aplicam uma descarga elétrica por 5 segundos, imobilizando o alvo. Após esse tempo, mantendo-se pressionado o gatilho, uma descarga é disparada a cada 1,5 segundo. Após o disparo, os eletrodos e os fios são descartados, sendo trocado para o próximo disparo. Pode-se acoplar ao taser uma lanterna tática e mira a laser, para evitar erros acidentais.
Este modelo, diferente do de contato, imobiliza a vitima, independente da resistência à eletricidade do alvo e da área atingida, pois devido à descarga ser intramuscular, age direto no sistema nervoso central (SNC), fazendo com que o alvo fique em posição fetal. Alguns modelos utilizam uma bateria descartável que permite até 120 disparos.
Outros utilizam uma bateria auxiliar recarregável que o operador leva preso à cintura em uma bolsa, semelhantemente ao coldre de uma pistola normal. No Brasil, seu uso é restrito às forças policiais, paramilitares e militares, sendo portanto proibido a compra, uso ou porte por civis.
Elas podem matar
Em 18 de março de 2012, o brasileiro Roberto Laudísio Curti, de 21 anos, morreu depois de ser atingido por eletrochoques disparados por armas taser da polícia de Sydney, na Austrália.
Outro caso é o do polonês Robert Dziekanski, em 14 de outubro de 2007. Ele morreu no Aeroporto Internacional de Vancouver, Canadá, após receber descargas elétricas com arma " taser ", disparadas pela Real Polícia Montada do Canadá (RCMP).
As Taser (armas de choques eléctricos) já mataram 334 pessoas desde 2001 nos Estados Unidos, números divulgados pela Anistia Internacional.