Há 27 anos e meio, no dia 2 de março de 1996, um acidente aéreo interrompeu o sucesso meteórico de um dos maiores fenômenos musicais que o Brasil já teve. Todos os integrantes dos Mamonas Assassinas morreram na queda do Learjet 25 prefixo PT-LSD, que voltava de um show em Brasília, na região da Serra da Cantareira.
Mesmo depois de tanto tempo, o legado da banda que era composta por Dinho, Júlio Rasec, Bento Hinoto e os irmãos Sérgio e Samuel Reoli, continua vivo até hoje. E são os convidados do The Noite desta quarta-feira (18 de outubro) alguns dos responsáveis por isso. Os astros do show “Mamonas Assassinas – O Legado” estarão no programa, ao lado de Jorge Santana, primo de Dinho e CEO da marca, que revela ter encontrado músicas inéditas com a voz do vocalista.
Jorge Santana, inclusive, afirma que uma delas será lançada durante o Carnaval da Bahia de 2024 com a banda “Mamonas Assassinas – O Legado”, que iniciará uma série de shows a partir do dia 22 de outubro, quando se apresentam no Vibra São Paulo, às 18h. Os integrantes da formação são Ruy Brissac (Dinho), Betinho Hinoto (Bento), Wilian Falanque (Sergio Reoli), Lucas Theas (Samuel Reoli) e Nelson Bomfim (Julio Rasec):
“Temos canções inéditas e pensamos em dar vida a elas. Algumas descobrimos que tem a voz do Dinho... É um caminho meio tênue. A gente estava desenvolvendo hologramas, saiu até nos jornais, e começaram a questionar. É complicada a aceitação. O humor, para cair no ridículo, é muito fácil e eles conseguiam dosar. Não sei como eles lidariam com isso hoje. Mas, musicalmente falando, temos uma que vamos lançar no Carnaval e é bem legal”, conta.
“A gente vai fazer o Carnaval na Bahia ano que vem, vamos estar em um navio da Chilli Beans também e vamos estar na estrada”, completa.
No palco do The Noite, além da Brasília amarela original que era de Dinho e de alguns adereços dentro dela da mesma época, Jorge Santana traz vários outros objetos históricos para mostrar, como manuscritos de músicas, figurinos clássicos usados nos shows e instrumentos musicais originais, incluindo a guitarra de Bento Hinoto, tocada por Betinho, seu sobrinho, que nasceu dois anos depois do acidente fatal.
Além do musical, eles também divulgam o filme “Mamonas Assassinas – O Impossível Não Existe”, com estreia prevista para 28 de dezembro.
“A gente não é uma banda cover, na verdade.... Interpretamos os meninos porque estamos divulgando o filme dos Mamonas Assassinas, que vai ser lançado no dia 28 de dezembro. Montamos essa turnê para homenageá-los e continuar o legado dos meninos”, explica Ruy Brissac.
“Em 2016 fizemos o musical Mamonas, que foi um grande sucesso. Daí nasceu a vontade de criar o filme. Você não faz um filme no Brasil sem incentivo, então tivemos todo esse trabalho... Queremos que ele seja um momento de lembrança, mas motivador. O Dinho acreditava que não era o palco que definia o tamanho do artista. Ele gostava muito dessa coisa de interpretar. Para mim, quem começou o stand-up no Brasil foram os Mamonas. É uma coisa que ninguém fazia”, acrescenta Jorge Santana.
Durante o papo, além de cantarem algumas das músicas marcadas no único disco que chegou a ter três milhões de vendas em seis meses, eles relembram momentos históricos dos Mamonas.
“Quando você fala de Mamonas, você mexe com a memória afetiva. Você volta para 1996 para imaginar o que estava fazendo. A maior parte das pessoas falam: ‘Eu me lembro o que estava fazendo no dia do acidente do Ayrton Senna e dos Mamonas’. Então, somos muitos gratos a galera que, depois de tanto tempo, tem tanto carinho com a marca e os meninos”, finaliza Jorge Santana.