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Hoje, 16.01-Terror e Miséria no Terceiro Milênio tem sessões online

Núcleo Bartolomeu de Depoimentos traz texto para dias atuais

Foto: Divulgação
Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Aquilombados no Oficina

Em nova temporada, à luz destes tempos, Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Improvisando Utopias do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos (2019) estreia Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Aquilombados no Oficina, versão online. 

Hoje, 16 de janeiro, as apresnetações gratuitas acontecem às 18h e às 21h - no YouTube do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. 

A direção é de Claudia Schapira (responsável também pelo roteiro) e Luaa Gabanini. No elenco estão os atores-MC’s: Dani Nega, Eugênio Lima, Fernanda D’Umbra, Georgette Fadel, Jairo Pereira, Luaa Gabanini, Lucienne Guedes, Nilcéia Vicente, Roberta Estrela D’Alva, Sergio Siviero e Vinícius Meloni.

A peça acontece “entre-tempos”. Quando estavam se preparando para estrear uma nova temporada de Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Improvisando Utopias, (livre inspiração no texto de Bertold Brecht “Terror e Miséria no Terceiro Reich”) veio o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus. A partir daí, surgiu a ideia de gravar o espetáculo em um teatro vazio, dialogando com os tempos atuais.

E o espaço escolhido foi o Teatro Oficina - sede da companhia de teatro homônima, liderada por José Celso Martinez Corrêa, e que é a maior e mais longeva companhia de teatro em atividade permanente do Brasil (fundada em 1958).

Assim, em Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Aquilombados no Oficina os atores dialogam com imagens de arquivo do espetáculo encenado com o teatro lotado, contrapondo o teatro vazio onde a nova versão acontece.

O espetáculo original de 2019 refletia sobre o Brasil e o retrocesso social e político. Em Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Improvisando Utopias, os nove atores e dois DJs estavam em cena confinados em um teatro que lhes servia como uma espécie de fortaleza. Sentados em dois bancos, esperam para entrar em cena e falar sobre o tempo em que viviam, em um jogo em cada cena deixam evidente o que os une e o que os separa.

Com a impossibilidade de reunir todo o elenco/equipe, a filmagem aconteceu em encontros em pequenos grupos e em distintos horários para refazer a narrativa à luz destes tempos.

Na versão atual, filmada, é o próprio Zé Celso (em voz e imagem) que faz as vezes de mestre de cerimônias, configurando um portal de entrada para a ação, que se pulveriza pelo espaço tateando imaginários e outras maneiras de percorrer a narrativa original.

A obra original de Bertold Brecht foi o ponto de partida e inspiração do espetáculo. Brecht foi um artista que viveu em tempos de guerra e sempre fez questão de trabalhar como um cronista do seu tempo, imprimindo em suas obras o contexto em que vivia.

A versão de 2021/22 ganha um subtítulo importante que serve bem como definição e exercício poético: “Aquilombados no Oficina” apresenta elenco e equipe dentro desse teatro, ainda que vazio, em ação de resistência, como um corpo político, contra a força hegemônica que quer destruir tudo que não se identifica com ela.

Em cena, atores e atrizes perambulam pelo espaço do Teatro Oficina, “contracenando” com as imagens-memória do espetáculo, que aconteceu nesse mesmo teatro-terreiro lotado, convidando a um encontro, ainda que mediado por uma tela, dentro deste teatro que representa tanto para a cidade e para as artes cênicas.

Duas décadas de Bartolomeu

O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos completou 20 anos de criação e de atuação continuada com a construção da linguagem do teatro hip-hop e ganha comemoração com diversas atividades programadas ao longo de 2021 e 2022. Essas duas décadas de intenso trabalho originaram não só uma cartografia que mescla linguagem e trajetória do grupo, mas também reflexões e um importante olhar para o futuro na formação de novos imaginários.

Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Improvisando Utopias

Com dramaturgia inspirada em Terror e Miséria no Terceiro Reich, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, peça discute o quadro social e político violento que vivemos hoje, traçando um paralelo com os anos que antecederam a segunda guerra mundial e a ascensão do fascismo e do nazismo.

Sentados em dois bancos, esperam para entrar em cena e falar sobre o tempo em que vivem; criam a partir de algumas cenas do Terror e Miséria no Terceiro Reich, de Bertolt Brecht, (que funciona como disparador) uma reflexão cênica sobre estes tempos. Num jogo entre atores e personagens, a cada cena, diferentes visões de mundo se confrontam, deixando evidente o que os une e o que os separa.

“Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura”

Sinopse: A peça acontece entre-tempos: nas frestas entre um teatro vazio e a filmagem do espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Improvisando utopias, (livre inspiração no texto de Bertold Brecht, “Terror e Miséria no Terceiro Reich”) durante a última temporada antes da pandemia.

Este espetáculo refletia sobre o Brasil e o retrocesso social e político dos últimos anos e, nesta nova temporada, diante da impossibilidade de reunir todo o elenco/equipe, nos encontramos em pequenos grupos e em distintos horários para refazer a narrativa à luz destes tempos.

Em cena, atores e atrizes perambulam pelo espaço, “contracenando” com as imagens-memória do espetáculo, que aconteceu nesse mesmo teatro-terreiro lotado e que nos convidou a nos aquilombarmos em seus braços-ágora imantada.

Nesta versão filmada, o teatro vazio é inaugurado pela voz e imagem-memória do grande mestre de cerimônias do Teatro Oficina, Zé Celso, configurando um portal de entrada para a ação, que se pulveriza pelo espaço tateando imaginários e outras maneiras de percorrer a narrativa original. Toca o terceiro sinal. Ação!
 

Transmissão no YouTube do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos