Economia

Juros de longo prazo caem com a cena política mais calma no País

O tema de impeachment do presidente Jair Bolsonaro aparentemente perdeu força

Foto: Pixabay/Creative Commons
O alívio é maior nos juros de longo prazo, enquanto os demais estão perto da estabilidade

Os juros futuros continuam o movimento de fechamento da curva diante do tom mais positivo no exterior em dia de agenda fraca e ambiente mais ameno no cenário político.

O tema de impeachment do presidente Jair Bolsonaro aparentemente perdeu mais força ontem diante da baixa adesão do público nos atos em defesa do seu impedimento.

O alívio é maior nos longos, enquanto os demais estão perto da estabilidade.

Hoje, o investidor olha o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômica, Fábio Kanczuk, que participam de manhã e à tarde de reuniões fechadas com participantes do mercado para tratar da conjuntura macroeconômica.

Às 9h20, a taxa do depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caía para 10,51%, de 10,58% no ajuste sexta-feira.

O DI para janeiro de 2023 estava em 9,18%, de 9,17%, e o para janeiro de 2022 recuava para 7,305%, de 7,313% no ajuste anterior.

Câmbio

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período foi de R$ 5,17 para R$ 5,20, ante R$ 5,10 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 5,20, mesmo valor de quatro pesquisas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Inflação

Os economistas do mercado financeiro seguem elevando suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 13, que a mediana das previsões para a taxa neste ano passou de 7,63% para 8,00% ao ano. Há um mês, estava em 7,50%. Da mesma forma, a estimativa para o fim de 2022 avançou de 7,75% para 8,00% ao ano, ante 7,50% de um mês antes.

Já para 2023, a expectativa seguiu em 6,50%, igual a quatro semanas atrás. Para 2024, permaneceu em 6,50%, o mesmo nível das últimas quatro pesquisas.

No começo de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu pela quarta vez consecutiva a Selic e acelerou o ritmo ao elevá-la em 1,00 ponto porcentual, para 5,25% ao ano.

Ao mesmo tempo, o colegiado sinalizou um novo aumento de mesma magnitude para a próxima reunião, nos dias 21 e 22 de setembro. No entanto, a persistência da inflação e o agravamento da crise hídrica têm reforçado as apostas do mercado por uma alta maior da Selic na próxima semana.

Comércio exterior

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 70,80 bilhões para US$ 71,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 69,70 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit seguiu em US$ 63,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 62,80 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 passou de déficit de US$ 1,15 bilhão para US$ 1,58 bilhão, ante resultado "zero" de um mês antes.

Para 2022, a projeção de rombo nas contas externas passou de US$ 15,00 bilhões para US$ 18,10 bilhões. Um mês atrás, o déficit projetado era de US$ 14,30 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 foi de US$ 54,00 bilhões para US$ 51,15 bilhões. Há um mês, estava em US$ 54 bilhões.

Para 2022, a expectativa continuou em US$ 65,00 bilhões, ante US$ 66,99 bilhões de um mês antes.