Artes Visuais

1ª edição dos Seminários Engraçados no Pivô Satélite

O projeto tem como tema "Os ditos e os não ditos do riso"

Foto: Divulgação
Artes Visuais
A primeira edição faz parte de um conjunto de proposições a longo prazo chamadas de Seminários Engraçados

A 1ª edição dos Seminários Engraçados, da artista e pesquisadora Raylander Mártis dos Anjos encerra a primeira edição do Pivô Satélite. O projeto integra a exibição digital Os dias antes da quebra, curada por Diane Lima, tendo como tema "Os ditos e os não ditos do riso", e propõe um conjunto de conferências gratuitas sobre o riso no contexto brasileiro e internacional.

A primeira edição faz parte de um conjunto de proposições a longo prazo chamadas de Seminários Engraçados, e busca investigar as temáticas que envolvem o riso, a brincadeira e a comicidade em níveis históricos, estéticos e políticos. O seminário terá mediação de Raylander Mártis dos Anjos e da palhaça Fiapo Marrom. O projeto fica em destaque na plataforma Pivô Satélite de 26 de outubro a 26 de novembro.

Raylander Mártis dos Anjos (foto) é nascida no cafundó do mundo e atualmente vive em São Paulo. Em sua prática artística procura estabelecer um diálogo entre a história coletiva e a sua própria história, o que tem chamado de prática em coralidade, envolvendo grupos de pessoas para colaborações e experiências de aquilombamento.

Além da artista, participam do seminário: Alex Sandro Duarte, Cibele Mateus, Fiapo Marrom, Flã de Paçoca Lindo, Mateus do Cavalo Marinho, Ruanes Coelho, @ru_anus, dentre outros convidados. A 1º edição dos Seminários Engraçados discutirá temas como "Entradas clownescas e performatividades bobas", "O gênero engraçado" e "A Mestiça: um romance brasileiro e o risível no século XX". A cerimônia de abertura "O circo reencanta o museu" marcará o início da programação.

Diane Lima assina a curadoria que inaugura a plataforma Pivô Satélite. Os dias antes da quebra sugere um movimento de retorno para o que estava sendo previsto, especulado e denunciado antes da pandemia, por um grupo de artistas racializades e dissidentes com vasta experiência em adiar a iminência das suas próprias quebras.

A primeira artista escolhida foi a baiana Rebeca Carapiá, seguida de biarritzzz (CE) e Diego Araúja (BA). Raylander Martís dos Anjos (MG) encerra esta primeira edição. Cada artista ocupa a plataforma digital por um mês com projetos individuais.

Sobre o Pivô Satélite
A plataforma digital Pivô Satélite é uma espécie de sala de projetos dentro do site do Pivô. Seu programa é concebido por artistas e curadores convidados pela instituição e compreende propostas artísticas em formatos variados, pensadas especialmente para os meios digitais. Nos próximos meses, a partir de 24 de julho, a plataforma apresentará trabalhos de 12 artistas selecionados por 3 jovens curadores brasileiros. Cada curador indicará quatro artistas para ocupar esta sala de projetos digital com propostas individuais, durante um mês.

O objetivo do Pivô Satélite é contribuir para a criação de uma rede de apoio à comunidade artística brasileira em um momento adverso. Para desenvolver o conteúdo a ser veiculado pelo Pivô Satélite, os 12 artistas contarão com a estrutura das equipes de produção e comunicação do Pivô, a interlocução dos curadores convidados e receberão uma bolsa de auxílio à produção. Os projetos terão caráter experimental, e poderão assumir vários formatos e durações, sem restrições quanto ao tipo de mídia ou tema, tendo sido solicitado apenas que não implicassem nenhuma forma de quebra às medidas de isolamento social vigentes.

Os colaboradores deste programa foram convidados segundo critérios que levam em conta a relevância e qualidade de suas pesquisas artísticas, além da diversidade de identidades presentes no Brasil - de gênero, étnico-racial, regionalidade, contexto social e cultural. Ao consolidar este programa, o Pivô espera reunir um grupo consistente e plural de novas vozes atuantes no cenário artístico brasileiro, em um momento premente de nossa história.

Para viabilizar o programa o Pivô reuniu, em colaboração com os mantenedores da instituição Georgiana Rothier, Bernardo Faria e Ticiana Terpins Strozenberg, um grupo especial de apoiadores aos quais agradecemos imensamente: Alan Terpins, Antônia Bergamin, Antônia de Sá Cavalcante Borges, Camila Yunes Guarita, Catherine Petitgas, Coleção Coletiva, Denise Terpins, Fabiana Sonder, Fabiano Al Makul, Felipe Dmab, Frances Reynolds, Heloisa Genish, Iris Kaufmann, Maria do Mar Guinle, Mariana Clayton, Monica Bouqvar, Paula Macedo Weiss e Daniel Weiss, Simone Coscarelli Parma e Alejandro Parma, Susana e Ricardo Steinbruch.

Serviço
Raylander Mártis dos Anjos, 1ª edição dos Seminários Engraçados A partir de 26 de outubro de 2020
www.pivo.org.br/satelite

Sobre a artista
Raylander Mártis dos Anjos é nascida no cafundó do mundo (1995, MG), atualmente vive em São Paulo. Em sua prática procura estabelecer um diálogo entre a história coletiva e a sua própria história, o que tem chamado de prática em coralidade, envolvendo grupos de pessoas para colaborações e experiências de aquilombamento. Com formação em palhaçaria, bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) e Arte e Multimédia pela Escola Superior Gallaecia (Portugal), entende sua atuação como um fazer interdisciplinar e transversal*. Vem recorrendo com frequência aos saberes da educação, escrita, performance e brincadeira como forma de compor um maquinário verbal, corporal e ético para discutir suas urgências em projetos de longa duração. Foi contemplada com uma residência na Adelina Instituto (2019) e com o Prêmio de Residência EDP nas Artes, do Instituto Tomie Ohtake (2018), realizou o projeto Coral de Choros, no Programa de Exposições do CCSP (2018), participou de mostras na Galeria Aura, Centro Cultural UFMG, XIX Bienal Internacional de Cerveira e Novas Poéticas. Realizou mostras individuais no Brasil e Espanha. Em 2020 fez o primeiro levantamento de artistas transmasculinos e não-binários nas artes visuais, reunindo 90 nomes.

Sobre a curadora
Diane Lima é curadora independente, crítica e pesquisadora. Mestra em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, seu trabalho consiste em experimentar práticas curatoriais contemporâneas em perspectiva decolonial. Atualmente integra a equipe curatorial da 3ª edição de Frestas - Trienal de Artes do SESC-SP e desde 2018 assina a curadoria do Valongo Festival Internacional da Imagem. Entre seus principais projetos destaca-se a idealização do programa de arte-educação AfroTranscendence; a curadoria entre 2016 e 2017 do programa de exposições Diálogos Ausentes do Itaú Cultural e a participação em 2018 no Grupo de Críticos de Arte do CCSP. Em 2019 foi co-curadora da Residência PlusAfrot e da exposição coletiva Lost Body - displacement as choreography ambos projetos ocorridos em Munique-Alemanha. Jurada de diversas comissões de seleção e premiação, é docente da Especialização em Gestão Cultural do Itaú Cultural e editorialmente trabalha na co-curadoria de duas publicações de arte contemporânea, uma pela Act. e outra pela editora francesa Brook, ambas no prelo.

Sobre o Pivô
Fundado em 2012, o Pivô é um espaço de arte autônomo que oferece uma plataforma para a experimentação artística e o pensamento crítico de artistas, curadores, pesquisadores e público em geral. O programa é composto por exposições, residências, palestras públicas e publicações de artistas locais e internacionais. A instituição já realizou mais de 150 residências nos últimos anos e os recentes comissionamentos incluem os artistas Katinka Bock, Eduardo Navarro, Erika Verzutti, Mário Garcia Torres, Letícia Ramos, Rodrigo Hernandez e a mostra coletiva "imannam" de Ana Maria Maiolino, Ana Linneman e Laura Lima. Devido à pandemia de covid-19, o Pivô suspendeu por tempo indeterminado todas as atividades públicas realizadas em sua sede no edifício Copan. Parte da programação foi adaptada para o ambiente digital, a exemplo do programa de residências Pivô Pesquisa que vem sendo conduzido em modo remoto.