Dois novos tremores de terra, de magnitudes 2.4 e 2.0 foram sentidos em Amargosa, na Bahia. As estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), operadas pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LABSIS/UFRN), registraram os eventos que ocorreram nesta terça-feira (1).
O primeiro tremor ocorreu às 3h31 (horário local) desta madrugada e teve magnitude 2.0. O segundo ocorreu às 6h36 e teve magnitude 2.4.
De acordo com o chefe do Observatório Sismológico da UnB, Marcelo Rocha, essa sequência de eventos indica a possibilidade de um enxame sísmico.
Diferente dos eventos normais, os enxames sísmicos são caracterizados pela ocorrência de uma sequência de tremores em uma mesma região, durante um determinado período de tempo, as vezes de dias ou até semanas.
Em geral, o padrão de ocorrência é o seguinte: ocorrem, primeiramente, eventos de menor magnitude (precursores), depois, um evento mais forte (ou às vezes dois), chamado de evento principal e, em seguida, eventos menores, conhecidos como réplicas. Esse é o padrão que está sendo observado na região de Amargosa na Bahia.
Desde domingo (30), pelo menos 14 tremores foram registrados na região de Amargosa. O mais forte até o momento foi às 7h44 do domingo, e teve magnitude 4.6.
Por que ocorrem
Os terremotos acontecem quando as placas tectônicas (blocos enormes de rocha na superfície da Terra) se movem (há 52 delas no mundo). Assim como a América do Sul, o Brasil localiza-se sobre a Placa Sul-Americana.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geologia, embora o Brasil esteja localizado no centro de uma grande placa, a Sul-Americana, seu território não está livre de terremotos, pois todas as placas possuem fraturas (falhas geológicas) em seu interior, mas como o país está no centro da placa, os abalos sísmicos são em menor quantidade e intensidade.
Dentro das placas também existem tensões locais que podem se romper exatamente nas fraturas, ocasionando os terremotos chamados de intraplaca, como é o caso do Brasil.
Os Estados do Ceará e do Rio Grande do Norte e a região de Estrela do Norte, em Goiás, são onde mais ocorrem tremores de terra, no País.
No vídeo
Como se formam os terremotos
A escala
A Escala de Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles Francis Richter e Beno Gutenberg, ambos membros do California Institute of Technology (Caltech), que estudavam sismos no Sul da Califórnia. Ela representa a energia sísmica liberada durante o terremoto e se baseia em registros sismográficos.
Principal referência para medir terremotos, a escala estabelecia que 9 graus era o ponto máximo da referida escala. Atualmente, o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos já registrou pelo menos três terremotos de maior magnitude (9,5, por exemplo).
Veja os principais tremores de terra registrados no Brasil
Ano | Estado | Magnitude |
1922 | São Paulo | 5.1 |
1939 | Santa Catarina | 5.5 |
1955 | Espírito Santo | 6.3 |
1955 | Mato Grosso | 6.6 |
1980 | Ceará | 5.2 |
1983 | Amazonas | 5.5 |
1986 | Rio Grande do Norte | 5.3 |
1995 | Minas Gerais | 3.7 |
1996 | Rio de Janeiro | 4.0 |
1997 | Ceará | 3.6 |
1998 | Minas Gerais | 4.1 |
1999 | Tocantins | 3.4 |
1999 | Goiás | 3.5 |
2000 | Distrito Federal | 3.8 |
2001 | Rio de Janeiro | 3.9 |
2002 | Pernambuco | 3.9 |
2003 | Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba | 3.8 |
2004 | São Paulo | 3.9 |
2005 | Mato Grosso | 5.0 |
2006 | Paraná | 4.3 |
2006 | AlagoasSergipe | 3.4 |
2007 | Minas Gerais | 4.9 |
2007 | AmazonasAcre | 6.1 |
2008 | São Paulo | 5.2 |
2008 | São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais | 5.2 |
2008 | Ceará | 3.9 |
2009 | Mato Grosso do Sul | 4,8 |
2010 | Rio Grande do Norte | 4.3 |
2010 | Alagoas | 2.3 |
2010 | Pernambuco | 2.4 |
2010 | AmazonasAcre | 4.9 |
2010 | Mato Grosso | 3.5 |
2010 | Mato Grosso | 2.3 |
2010 | Mato Grosso | 2.4 |
2010 | Amazonas | 4.9 |
2010 | Acre | 6.5 |
2010 | GoiásTocantins | 5.0 |
2010 | Acre | 4.7 |
2011 | São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul | 4.8 |
2011 | Goiás | 4.1 |
2011 | Goiás | 2.8 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.5 |
2011 | Mato Grosso do Sul | 3.8 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.6 |
2011 | Rio Grande do Norte | 6.0 |
2011 | AcreAmazonas | 7.0 |
2011 | Rio Grande do Norte | 1.9 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.3 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.1 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.3 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.2 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.1 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.6 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.6 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.2 |
2011 | Rio Grande do Norte | 2.8 |
2012 | Minas Gerais | 5.0 |
2012 | Amazonas | 7.1 |
2012 | Minas Gerais | 2.9 |
2013 | Acre | 5.2 |
2013 | Rio Grande do Norte | 3.0 |
2013 | Rio Grande do Norte | 3.7 |
2014 | Rio Grande do Norte | 1.9 |
2014 | Acre | 5.1 |
2015 | Mato Grosso | 4.1 |
2015 | Mato Grosso | 4.1 |
2015 | Mato Grosso | 3.1 |
2015 | Rio Grande do Sul | nd |
2015 | Rio Grande do Norte | 3.6 |
2015 | Mato Grosso do Sul | 4.1 |
2015 | Acre, Rondônia e Amazonas | 7.6 |
2015 | Acre | 4.6 |
2015 | Acre | 6.7 |
2015 | Acre | 4.9 |
2015 | Acre | 5.1 |
2016 | Amazonas | 4.0 |
2016 | São Paulo | 2.1 |
2017 | Maranhão | 4.7 |
2017 | Amazonas | 6.1 |
2018 | Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina | 6.8 |
2018 | Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima | 7.3 |
2018 | Paraná | 2.8 |
2019 | Acre | 6.8 |
2019 | Minas Gerais e São Paulo | 3.9 |
2020 | Ceará | 2.5 |
2020 | Bahia | 3.5 |
2020 | Minas Gerais | 3.2 |
2020 | Minas Gerais | 2.7 |
2020 | Bahia | 2.5 |
2020 | Bahia | 4.6 |
2020 | Rio Grande do Norte | 1.8 |