Jolivaldo Freitas

O proletariado vai ao paraíso e passa mal

Depois que o PT chegou ao poder e elevou o padrão de vida dos companheiros de várias formas e após os planos econômicos de Sarney, Fernando Henrique Cardoso e a continuidade dada por Lula, boa parcela do povo saiu da miséria. O interessante é que foi como uma lata cheia de caranguejo. Os de baixo subindo e jogando para cima quem estava em todos os níveis superiores. Bom para o Brasil, para a economia e para o povo.

Hoje temos uma classe C e D mais fortalecidas economicamente e os milhares de carros que são vendidos toda semana, sejam zeros ou seminovos, como o marketing da Ilha do Rato passou a chamar as arabacas, provam isto. Mas neste período de festas a classe C e D descobriu, sim, que pode ser feliz e vestir Calvin Klein, Lacoste, TNG e Nike. Assim pegaram seus veículos de todos os tipos, cores e marcas e foram em busca das “ofertas” do outlet lá no Litoral Norte. 

Olha que eles estavam ressabiados com o outlet que tem no bairro do Uruguai. Desta vez tinham certeza de que achariam, no formato exato do poder da sua carteira e do cartão de crédito, os produtos dos seus sonhos de consumo. Mas pobre, mesmo quando melhora de vida continua a sofrer as vicissitudes do destino. No domingo passado eles se juntaram às socialites que, embora torcendo o nariz, foram em busca de produtos importados a preços “praticados” em suas origens no Oulet Premium. 

As queixas foram muitas e o que se viu foi a Classe média baixa, a classe média média e a classe média alta em consonância com o jet-set local se queixando dos preços. A família que tinha juntado a grana para comprar no outlet se queixou:

- Ô! Me disseram que os descontos eram maiores que Friday.

As socialites foram mais incisivas:

- Estive recentemente em New Jersey e esta peça que aqui custa 150 reais lá estava custando meros 30 dólares.

Mas, como eu disse, quando os pobres ganham status não se livram dos infortúnios. Tiveram de amargar um calor dos diabos. As lojas, justamente do lado que o sol bate a pino no meio da tarde receberam ordens da administração para desligarem tudo que era ar-condicionado. E foi feito. Foi classe D, C, B e A suando em bicas em busca daquele jeans de grife mais em conta ou o tênis mais barato que nos shoppings. E ainda tem uma loja com matriz na Oscar Freire, em São Paulo, que mandou para sua filial do Outlet Premium, em pleno Litoral Norte, aos 38 graus à sombra, uma coleção de roupas de lã. Os vendedores estavam morrendo de vergonha pois eram obrigados a expor e colocar à venda. Na certa os proprietários pensaram assim:
- Coloca lá pois as novas classes C e D compram de tudo.

Shopping Barra
Falar em comprar recebi queixa de um leitor que disse estar contrariado com o fato do Shopping Barra estar agindo na maior “sabedoria”, em sua opinião. Ele revela que em plena época do rush de compras natalinas, quando o shopping engarrafa de automóveis, reservaram parte do estacionamento para vagas pagas. Eu disse que ele podia até se queixar, mas que o shopping é uma área de comércio como outra qualquer. Foi feito para ser o templo do capitalismo. Ele, se quisesse fosse fazer compras em Cuba ou no Irã. Perdi o leitor. Mas não é isso? Shopping é ONG? É Hospital Irmã Dulce? Vai quem quer. Só para sacanear eu disse:

- Tem mais é que arrancar o couro!
Táxi

E outro leitor me pede para dizer à Getaxi, Transalvador, Secretaria dos Transportes, Detran e seja lá quem for o responsável que tem de tomar a Carteira de Habilitação do taxista ou cassar  a licença do veículo de série A 4886 e também puxar as orelhas do pessoal da empresa (Cooperativa, é isso? Sei lá!) chamada Teletáxi. O taxeiro já começou a cortar e imprensar os outros veículos na saída do Shopping Barra às 16h de ontem. E assim seguiu em frente. Parece que estava tentando  alcançar outro táxi em busca de passageiros.