No meu novo livro, que estará sendo lançado amanhã, quinta, na Associação Atlética da Bahia, à noite, estou falando de baianidade, baianadas e coisas do arco da velha - aliás, o senhor e a senhora estão convidados e não vou cobrar a bebida, nem a entrada, os acepipes e os autógrafos.
O livro também tem preço módico; mais barato que celular e Viagra paraguaio na mão de camelô na Lapa. Podem ficar tranqüilos. Vão sem medo.
Abordo a questão da falta de educação dos baianos, principalmente quando se trata de atendimento. E todo dia recebo um assunto novo. Agora mesmo soube do Hospital Ana Nery, do estado. Uma parenta minha idosa liga todos os dias, há mais de quatro meses, para o referido nosocômio tentando marcar consulta e não consegue. A marcação só é pelo telefone e quando ela consegue que atendam, dizem aguarde um minuto e a deixam esperando horas; fica esquecida.
Quando consegue atenção é para alguém dizer que não tem mais vaga. Ela só está esperando a boa hora final chegar e garante ter certeza que vai-se desta para melhor grudada no fio do telefone. Mais uma alma a ser acrescida na conta do governo federal e do estadual.
Um amigo pede para que num próximo livro eu aborde a mania que as moças têm atualmente de vender a virgindade. Ele diz que nem lembrava mais que virgindade existia e que as moças já nasciam sem nada, prontas para qualquer coisa sem dramas e muito menos perguntas descabidas como a do tipo:
- Você ainda é virgem?
Namorado que faz esta pergunta é um oreba. Um otário que vai terminar levando corno mais na frente, pois mostra que está acéfalo ao que se passa ao seu redor. O kit virgindade de repente surge no mercado. Começou custando caro com leilões de mais de milhão, mas o preço está caindo e teve uma moça no interior da Bahia que não conseguiu mais que 30 mil reais, o que convenhamos ainda é caro, pois é preço de um carro popular. Mas já soube de outra em São Paulo que colocou a oferta no Youtube, mas até agora não conseguiu um preço que considera justo. Eu mesmo vou esperar para quando estiverem oferecendo de graça.
A grande surpresa é que a demanda era grande e a oferta pouca. Como manda a lei de mercado, a situação começa a se inverter. Como apareceram muitas virgens no comércio, quando se achava que se tratava de um produto raro, o preço começa a cair e vai chegar um momento que o produto estará de novo sendo ofertado nos classificados dos jornais sem nenhum ônus, uma vez que neste casos sempre tem um gasto qualquer, seja num presentinho, num jantar...
Outro amigo, este Luciano, o Turco, me chama a atenção para um amigo em comum, conhecido como AC, o Cabeção, que decidiu entrar no leilão de virgindade de uma moça conhecida, ganhando e não levando, desistindo na hora por uma questão boba. Na hora agá a moça começou a tossir de nervosismo e ele como bom hipocondríaco passou a tossir também e o ato não foi consumado.
Meu amigo me diz que ele é a única pessoa que se conhece que tem inveja das doenças dos outros. Se alguém diz que está com cólica ele diz que também está. Se tem gota, é a mesma coisa. Dor de cabeça basta alguém ter. Se a pessoa do lado toma xarope ele pede um pouco. Outro dia no avião o passageiro ao lado explicou que estava sofrendo de labirintite.
Ele passou a sofrer do problema e vomitou todo o corredor. Sua frase invejosa antológica foi registrada quando um conhecido disse estar febril:
- Adoro febre. O arrepio é legal e adoro ficar embaixo das cobertas – e foi para a cama, deixando uma reunião no meio.
Ele é torcedor do Flamengo e no dia em que viu o jogador Adriano sair mancando do campo, também começou a manquitolar. Seu maior sonho é conhecer uma UTI.
Lembrando, não deixe de aparecer no lançamento do meu livro. Ele estará por lá. Quem estiver doente não vá.