Entenda por que e para que eles existem
Esta reportagem especial lhe mostra como o imposto nasce, os caminhos que percorre e os desvios que segue até se transformar em serviço público
(ILUSTRAÇÃO: GEMINI IA)
TODOS OS ANOS, milhões de brasileiros pagam impostos em diferentes formas: na renda, no consumo, no patrimônio. Segundo o IBPT-Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação foram mais de R$ 3,5 trilhões nos primeiros 11 meses de 2025. Desse montante, cerca de 60% são impostos, enquanto o restante vem de contribuições sociais e outras fontes, extraído de salários, compras, propriedades e empresas.
Mas para onde exatamente vai esse dinheiro? E quanto dele retorna, de fato, ao cidadão em forma de serviços essenciais? A resposta passa por um caminho que começa na arrecadação e termina, idealmente, na oferta de serviços como saúde, educação, mobilidade urbana e segurança pública.
-- Leia "Quem paga a conta de tudo"e fique sabendo
A evolução do sistema de tributos reflete disputas por poder, justiça e participação política. Dos dízimos medievais às reformas tributárias do século XXI, a trajetória da tributação revela seu papel ambíguo: essencial para o funcionamento dos governos, mas frequentemente alvo de críticas e resistência.
-- Leia "Muito sangue já foi derramado por causa deles" e entenda as violências cometidas em nome dos impostos
Acompanhe como R$ 1 em imposto percorre um caminho invisível, repleto de regras, desvios e decisões até voltar, em forma de serviço, para o cidadão.
-- Leia "Do seu bolso até virar serviço público"
O Brasil percorre o caminho tortuoso de uma carga elevada, mas com menos benefícios sociais proporcionais à arrecadação. Uma família de baixa renda que dedica quase toda a renda ao consumo acaba pagando proporcionalmente mais impostos que uma família abastada. O resultado: restrição no consumo de bens essenciais, menor qualidade de vida e menor capacidade de poupança ou investimento social.
Entenda como isso acontece, lendo "Quem ganha menos paga mais"
A CADA DIA, milhares de serviços públicos funcionam de forma silenciosa nas cidades brasileiras: coleta de lixo, iluminação das ruas, merenda nas escolas, atendimento em postos de saúde, transporte escolar, manutenção de vias, poda de árvores, capina de praças e sinalização de trânsito. Mas você já se perguntou quanto isso tudo custa por dia? E quem paga essa conta?
-- As respostas estão em "Quanto custa um dia em sua cidade?"
O CONGRESSO APROVOU, em dezembro de 2023, a Emenda Constitucional 132/2023, que institui a nova estrutura tributária para consumo no Brasil.
A medida substitui cinco impostos (federais, estaduais e municipais) por dois novos tributos — o CBS (federal) e o IBS (estadual/municipal) -- com o objetivo de tornar o sistema mais simples, transparente e menos burocrático a partir de 2026. Contudo, críticos apontam riscos de regressividade, desigualdade fiscal e incerteza até a implementação completa.
-- Veja mais em "Entenda o que muda em 2026"
Para compreender como os impostos moldam a vida social e econômica, basta observar cinco objetos comuns: um pão, um remédio, uma passagem de ônibus, um livro e um celular. Cada um deles revela, de forma prática, como o desenho dos tributos pode reduzir desigualdades ou ampliá-las.
-- Saiba mais em "5 produtos revelam o desafio da tributação"
AS EMPRESAS MAIS VALIOSAS DO PLANETA não têm minas, poços de petróleo ou linhas de montagem. Possuem bancos de dados. Milhões de perfis de consumidores, registros de localização, hábitos de consumo, padrões de atenção, redes de relacionamento.
-- Surge a dúvida: "Como tributar o que está na nuvem?"
DESDE A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, o Brasil prevê a possibilidade de um Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Porém, ao longo de décadas, inúmeras propostas para regulamentá-lo foram apresentadas -- e todas fracassaram.
-- O tema é destrichado em "Como tributar as grandes fortunas?"