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Terroristas lançam míssil sobre centro comunitário de Israel

O Hezbollah admitiu a autoria do ataque

Um míssil lançado a partir do Líbano pelo Hezbollah atingiu diretamente o Centro Comunitário de Arab al-Aramshe, no norte de Israel. Até o momento, há 18 feridos – três deles em estado grave. Em comunicado, o Hezbollah admitiu a autoria do ataque combinado de mísseis antitanque e drones suicidas.

Arab al-Aramshe fica junto à cerca que marca a fronteira entre Líbano e Israel. A maioria dos seus cerca de 1.600 habitantes é de árabes-beduínos cidadãos de Israel. O exército já responde ao ataque por meio de artilharia.

Houve o disparo de pelo menos quatro mísseis contra a cidade. Segundo os primeiros relatos, eles conseguiram evitar o sistema de radares de Israel. Os feridos foram levados para o hospital de Naharyia, cidade também localizada no norte do país.

Mundo aguarda resposta ao Irã

Em visita a Israel, o chanceler britânico, David Cameron, disse estar claro que os israelenses já tomaram uma decisão sobre atacar o Irã. Em conversa com Antonio Tajani, seu homólogo italiano, Israel Katz, ministro das Relações Exteriores, confirmou que haverá uma ação do país:

“Encontraremos uma fórmula para responder. Não queremos uma escalada, mas não podemos deixar a situação como ela está”, disse.

Em encontro com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, nesta quarta-feira, Katz disse que “agora é a oportunidade de Israel mudar a região, chamar a Guarda Revolucionária Iraniana (GRI) pelo seu verdadeiro nome: organização terrorista. E aplicar sanções ao programa de mísseis do Irã”.

De acordo com o Wall Street Journal, parte dos oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana (GRI) já teria abandonado as bases do Irã na Síria temendo a reação israelense. Em Deir ez-Zor, no leste do território sírio, comandantes da GRI buscam esconderijo em edifícios civis, enquanto oficiais de patentes menores se abrigam no comércio local.

Enquanto isso, de acordo com a agência iraniana Tasnim, a marinha do país decidiu acompanhar os navios comerciais a caminho do Mar Vermelho, com receio de ações marítimas por parte de Israel.

De forma a isolar o Irã, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, anunciou que nos próximos dias os Estados Unidos vão impor novas sanções contra o estado iraniano, incluindo o programa de mísseis e drones, e contra entidades que apoiam GRI e o Ministério da Defesa do Irã.

Irã promete novo ataque

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse que qualquer ação de Israel vai provocar uma resposta “extensa e severa” por parte dos iranianos. A declaração aumenta o temor da comunidade internacional de uma escalada sem precedentes. Nos bastidores, há uma blitz diplomática na tentativa de limitar ou mesmo impedir um ataque israelense.

Segundo o general Frank McKenzie, ex-comandante do Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), as lideranças do Irã devem estar abrigadas em bunkers aguardando a ação de Israel.

Não necessariamente o alvo será em território iraniano, e Jerusalém pode optar por atacar os chamados proxies, os aliados regionais de Teerã, até porque os mísseis e drones lançados contra os israelenses partiram não apenas do Irã, mas também da Síria, do Iêmen e do Iraque, além de mísseis disparados a partir do Líbano. Há muitas possibilidades sobre a mesa.

“Se a decisão estivesse em minhas mãos, faria algo que demonstraria ainda mais a superioridade tecnológica (de Israel), algo que os envergonharia”, disse McKenzie.

Outra opção é um ataque às instalações nucleares do país. Desde que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo sobre o programa nuclear, em 2018, os iranianos aumentaram o enriquecimento de urânio.

Em entrevista ao Israel de Fato, Menahem Merhavy, especialista em Oriente Médio e assuntos iranianos da Universidade Hebraica de Jerusalém, acredita que Israel deve optar por uma ação mais simbólica e de menor intensidade militar.

“Acredito que o Irã não tem interesse de quebrar as regras do conflito. Ao mesmo tempo, espero uma ação menos intensa por parte de Israel, como uma resposta simbólica ou um ataque cibernético”, disse o pesquisador.