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Pressão sobre técnico do São Paulo cresce após derrota para Fortaleza

O São Paulo é um time desorganizado, improdutivo e desesperado

Foto: Saopaulo FC
Carpini encara a pressão dos torcedores

Havia motivos para acreditar que o São Paulo pudesse superar a má fase, na estreia do Brasileirão, em jogo contra o Fortaleza, no Morumbi, nesse sábado (13 de abril), abertura do Campeonato Brasileiro 2024.  

O Tricolor paulista foi eliminado pelo Novorizontino nas quartas de final do Paulista, perdeu para o Talleres na primeira rodada da Copa Libertadores e teve muito trabalho para superar o fraco Cobresal, mesmo jogando em casa.

Mas o que se viu, diante do Fortaleza, é que a desorganização do time continua.

A impaciência da torcida – bem justificada – sobre o treinador prejudica sistematicamente o elenco, que gosta do treinador e até pediu à diretoria que o mantivesse no cargo.

"Ele é jovem, mas trabalha bem e estamos fechados com ele", garante, por exemplo, o colombiano James Rodríguez. "Precisamos estar juntos, nesse momento", defendeu o atacante André Silva, após a derrota para o time cearense.

E Carpini disse entender a chateação dos torcedores "O que eu posso dizer é que a gente segue trabalhando, com paciência, por mais que seja difícil nesse momento."

A responsabilidade pelo péssimo momento não é inteiramente do técnico Thiago Carpini, mas é ele quem deverá pagar por isso.

Sob Carpini, o São Paulo impulsionou e tornou mais robustos os problemas que já apareciam na reta final do trabalho de Dorival Júnior. Nem mesmo alterações promovidas pelo treinador durante as partidas modificam a dinâmica. É um sinal de esgotamento. O time peca na coletividade e, com isso, mingua a qualidade individual dos jogadores. Uma das migalhas restantes se viu com o atacante André Silva, que fez um belíssimo gol.

Como foi o jogo

A partida começou da forma como se esperava. O São Paulo apresentou suas falhas mais do que comuns e teve dificuldades para superar a boa marcação do Fortaleza. A necessidade de uma vitória convincente trouxe uma pressão extra aos jogadores do time da casa. Mesmo assim, as criações ofensivas exibiam uma equipe mais ambiciosa, a fim de encontrar soluções dentro de campo para começar bem o Brasileirão.

A qualidade técnica deixou a desejar na primeira parte. O São Paulo traduz sua crise em escolhas equivocadas ao longo do jogo. A posse de bola, desde os tempos de Dorival Júnior, é inócua. O que poderia ser um fator positivo – como nos times de Pep Guardiola ou na seleção espanhola – se tornou o foco de um problema crônico do São Paulo.

O Fortaleza também não colaborou com o bom desenvolvimento do jogo. Talvez com o pior elenco desde a chegada de Juan Pablo Vojvoda, o time do Pici passou longe de perturbar a defesa são-paulina. No mais, o primeiro tempo refletiu o que é o momento das duas equipes com o placar zerado.

Na volta do intervalo, o Fortaleza reagiu ao comodismo da primeira etapa e se tornou a melhor equipe em campo. Então, as duas equipes promoveram substituições, mas o panoramo continuou igual, com os visitantes superiores. Aos 21 minutos, o prêmio. O Fortaleza construiu jogada de velocidade pela direita, os atletas do São Paulo assistiram à movimentação e não notaram a infiltração de Lucero. O argentino recebeu cruzamento na grande área e anotou um golaço para os visitantes.

Após sofrer o gol, o São Paulo se armou no ataque e fez o Fortaleza ficar mais acuado. O time cearense passou a fortalecer os lances de contra-ataque. Foi assim que saiu o segundo gol. Em velocidade pela esquerda, Machuca pegou a zaga desprevenida e fez mais um, aos 34 minutos.

Aos 39, o São Paulo esboçou uma reação. André Silva, que entrara no lugar de Luciano, achou espaço na bem postada defesa do Fortaleza e emendou um lindo chute para encurtar a distância no marcador. Mas já era tarde.

Próximos jogos - O São Paulo volta a campo na quarta-feira, às 21h30, para encarar o Flamengo, no Maracanã, pela segunda rodada do Brasileirão. O Fortaleza atua um pouco mais cedo, às 20h, na Arena Castelão, diante do Cruzeiro.