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Dengue mata 221 pessoas em São Paulo (há 495 mortes investigadas)

Os números são da Secretaria Estadual de Saúde

Com a epidemia de dengue no país, o estado de São Paulo já contabiliza 221 mortes decorrentes de complicação da doença. De acordo com informações da Secretaria da Saúde, até esse domingo (7), última vez em que o balanço foi atualizado, o estado somava 1.037.620 casos notificados da arbovirose, dos quais 471.989 (45,4%) foram confirmados.

O número de mortes pode aumentar, já que 495 ainda estão sob investigação, ou seja, aguardam resultado de exame laboratorial comprobatório ou classificação por critério clínico-epidemiológico. Da parcela já confirmada, 567 casos foram qualificados como sendo de dengue grave, também conhecida como dengue hemorrágica.

De acordo com o Instituto Butantan, uma em cada 20 pessoas pode desenvolver o quadro grave da dengue, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas, nesse caso mais severo da doença, abrangem dor abdominal intensa, vômito persistente, que pode conter sangue, sangramento nas gengivas ou no nariz, dificuldade para respirar, confusão mental, fadiga, aumento do fígado, queda da pressão arterial e sangue nas fezes.

Caso o paciente apresente esses sintomas, a recomendação é de que busque imediatamente atendimento médico, pois a tendência é de que haja complicações e até mesmo morte dentro de um período de um a dois dias após o surgimento de tais sintomas.

No estado de São Paulo, mais de 245 mil casos confirmados (60,3%) são de pacientes brancos, o que pode sugerir um maior acesso à rede de saúde. A parcela de pessoas pretas é 7,34% (29.872 casos), enquanto a de pardos 31,1% (126.838).

Os sintomas mais informados aos profissionais da rede de saúde são, conforme registra o governo estadual, febre, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular), náusea (enjoo), dor nas costas e dor retro-orbitária (dor atrás dos olhos).

Também têm sido mencionados vômito, artralgia (dor nas articulações), artrite (inflamação das articulações), exantema (manchas avermelhadas na pele), petéquias (manchas marrom-arroxeadas), leucopenia (queda de glóbulos brancos no sangue), prova do laço positiva (quando se identificam mais de 20 pontinhos vermelhos em certa região marcada na pele) e conjuntivite.

Entre os municípios com situação mais crítica, estão Campinas, São José dos Campos, Ilhabela, Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ribeirão Preto. Guarulhos é outra cidade com alta incidência de dengue, atualmente.

No Brasil

Até o momento, o Brasil contabilizou mais de 2,7 milhões de casos prováveis de dengue e mais de mil mortes associadas ao vírus da doença.

De acordo com os dados ministério, órgão do Executivo federal responsável pelo reconhecimento da situação de emergência, 246 municípios são localizados no estado de Goiás, 23 no Paraná, 3 no Amapá, 11 no Rio Grande do Sul, 3 em Minas Gerais e 2 em Santa Catarina.  

Em Goiás, Defesa Civil Nacional reconheceu a situação de emergência em todo o estado devido ao aumento dos casos. De acordo com último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás, foram contabilizados, neste ano, 80,3 mil casos. Até o momento, 118 mortes em investigação. No período, foram mais de 1,9 mil internações pela doença em hospitais da rede da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás.

Já o Paraná registrou cerca de 45 mil notificações e 23,3 mil casos confirmados de dengue em uma semana, segundo último informe semanal da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Ainda de acordo com o boletim, os 399 municípios do Estado já registraram notificações de dengue e 389 tiveram casos confirmados. 

Desde 30 de julho do ano passado, o estado paranaense contabilizou 351 mil notificações e 77 óbitos. Essas mortes ocorreram em 36 municípios, como Cascavel, Londrina e Maringá.

A infectologista Larissa Tiberto atribui os altos índices de infecção pela dengue ao aumento das chuvas, aumento da temperatura e falta de controle dos reservatórios dos mosquitos. Ela destaca que a vacinação contra a dengue é importante para prevenir casos graves da doença.

“Outras maneiras de evitar formas graves da doença são: Ingerir muita água, fazer repouso, não ingerir antiinflamatórios não esteroidais e o principal é limpar e remover possíveis locais de acúmulo de água em casa, repelente, telas em janelas para se proteger contra a picada do inseto”, explica.

Vacinação

Em abril, o Ministério da Saúde recebeu mais 930 mil doses da vacina contra a dengue, destinadas aos 521 municípios já selecionados e a outros 165 recém contemplados. De acordo com a pasta, a seleção dos novos municípios seguiu critérios como grande porte, população acima de 100 mil habitantes, alta incidência de dengue na última década e a predominância do sorotipo DENV-2, além do número de casos no período de 2023/2024. Atualmente, a vacinação foca em jovens de 10 a 14 anos, por ser a faixa etária com maior taxa de hospitalizações por dengue.

O estudante de fisioterapia de 23 anos e morador de Caldas Novas - GO, Alisson Coutinho conta que quando teve dengue, sentiu muita dor de cabeça e no corpo e febre alta. Ele afirma que para evitar a proliferação do mosquito, coloca areia nos potes de planta para evitar o acúmulo de água. 

Alisson diz que pretende tomar a vacina contra a dengue assim que possível. “Eu acho que ela é muito boa para prevenir que as pessoas se contaminem e, se pegar ou se contaminar, seja mais tranquilo, porque o corpo já estará mais acostumado com o vírus. Então, eu acho que é bem útil e necessário para a nossa população”, comenta.

Em relação aos casos prováveis de Zika e Chikungunya, foram registrados 3.600 e 122.216 casos, respectivamente. Quanto às mortes, não há registros por Zika, enquanto a Chikungunya resultou em 49 mortes confirmadas, com outras 83 ainda sob investigação.