Por muitos anos tive a impressão que o latim era uma língua morta como aprendi no antigo ginásio, colégio, faculdade, tortura de pós-graduação, e outras torturas. Ledo Engano.

Tendo um sítio de dois hectares em São Desidério a mil e poucos quilômetros de onde moro e que visito de caju em caju, numa destas visitas descobri que o vizinho meu cumpade Ernestino tinha seu sítio invadido em  um metro de terra.

Pra quem tem uma fazenda do tamanho de Tabocas do |Brejo Velho, um metro de terra é menor que um bichinho da Covid. Fui falar com o desentendido e ele do alto de seus tamancos sapecou: - Procure meus advogados!! 

Procurei o filho da comadre Ernestina que ganhou canudo numa dessas duzentas mil escolas de direito e o mesmo me recebeu com educação e só foi isto e indiquei para o cumpade., um semianalfabeto (ou seria semialfabetizado.

Deixa pra lá que não sou nenhum letrado em segredos da suposta língua pátria.

-Dotô... 
-Data vênia, meu caro pode falar sou todo ouvidos, não tenha acanhamento porque hominis et pulvis!
- Cuma dotô?
-Alea jacta est. Fale tudo e et cetera, et cetera, et cetera. Voltando ao assunto, curial me descreva o imbróglio in finesta tuus!
-Dotô, o vizinho invadiu meu terreno e eu quero recuperar!
-Data vênia...
- Dr. A data eu não sei mas deve de tê uns dois ano...
-Cosque tandem abutere...
-Dotô , agora danou-se porque torrou o meu bestunto.
-Alea jacta est. Majoris badalus paparu!!!
-Meu pai já morreu Dotô!
-Finitum est! Finitum est.
?Que paisinho de analfabetos. Pater nostro. Finitum est!! Só me aparece pra pedir favor!!! Vou fechar o escritório !!!
E eu pensava que o latim era uma língua morta. Mas esta sementinha que plantaram continua inventando línguas!
Ave Maria, gracia plena.