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"Por trás de todo ato violento há uma necessidade não-atendida"

Especialista explica sobre os processos comunicacionais na resolução de conflitos

Foto: Divulgação
Comportamento
Évila Carrera fala sobre Comunicação não Violenta

“Você é mesmo difícil! Não consegue fazer as atividades mais simples que até uma criança faria!” Quantas vezes você já escutou essas frases à queima-roupa em um ambiente de trabalho ou na própria casa? Declarações como essas implicam em ironias e constrangimentos. Os conflitos entre as pessoas ocorrem a partir de uma comunicação equivocada quando as necessidades não são atendidas. Além do mais, a desmoralização tende a intimidar e a evidenciar os sentimentos de irritabilidade.

A comunicação eficaz e assertiva, surgiu na década de 60, quando o psicólogo americano Marshall Rosenberg criou a Comunicação Não Violenta (CNV) ou comunicação empática. Ou seja, considerar uma situação com o olhar neutro é imprescindível na Comunicação Não-Violenta (CNV) no ato de transmitir uma informação seja no âmbito profissional ou no cotidiano.  A comunicação não violenta ( CNV) também pode ser chamada de comunicação empática. Para falar sobre o assunto o Leia Mais convidou a especialista Évila  Carrera. 

Advogada, professora de graduação e pós graduação na área jurídica e gestão, especialista em comunicação e oratória, Mestranda em Administração Estratégica de negócios e MBA em Gestão Empresarial. Évila Carrerra também é autora de diversos livros dentre eles “ O Poder do Óbvio”, que aborda a temática dessa entrevista. Confira:  

Leiamais.ba - Quais os conceitos básicos dessa prática de Comunicação Não-Violenta (CNV)?
Évila Carrera
- A Comunicação Não-Violenta foi um método de comunicação sistematizado pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosemberg.

Essa comunicação tem como principal objetivo estabelecer empatia nos processos comunicacionais, valendo-se de ferramentas e de técnicas para dirimir conflitos dentro da perspectiva da comunicação não violenta. Infelizmente, nós não fomos educados para ter uma comunicação pautada no amor ou em uma comunicação empática.

A nossa formação envolve uma cultura de rótulos, de pré-julgamento e de preconceitos que, por sua vez, determina quem está certo ou quem é o dono da razão. Isso independe do tipo de relações, sejam profissionais, institucionais ou pessoais. Por outro lado, a CNV entende a importância do silêncio para que as necessidades possam ser escutadas pelas pessoas que fazem parte do processo de comunicação.

A CNV é regida por dois princípios: O primeiro diz que todo comportamento é proveniente de uma necessidade. Então, todo comportamento encobre uma necessidade por trás. O segundo afirma que por trás de todo ato violento existe uma necessidade não atendida.