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Opositora de Maduro pede ajuda por eleições livres na Venezuela

Corina Machado publicou carta nas redes sociais

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, pediu à Itália, bem como ao alto representante da União Europeia, Josep Borrell, que intensifiquem os esforços diplomáticos para garantir que as eleições presidenciais do próximo dia 28 de julho sejam imparciais e justas.

"O povo venezuelano está determinado a lutar para que possamos registrar a candidatura presidencial que o representa e competir em eleições livres e justas", afirmou ela em uma longa carta publicada nas redes sociais.

Apesar de ter sido escolhida como candidata nas primárias pela coalizão de oposição, Machado está politicamente desqualificada e não poderá participar das eleições presidenciais.

"Dada a irritante desqualificação que pesa sobre mim, o regime também impediu a inscrição da doutora Corina Yoris como candidata, que conta com o meu apoio e de toda a unidade", denunciou.

Em sua mensagem, a ex-deputada apelou, além da Itália, aos governos da Alemanha, Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Honduras, México, Noruega, Portugal, Reino Unido, África do Sul e São Vicente e Granadinas para pressionarem o governo de Nicolás Maduro a cumprir os acordos de Barbados e a admitir a candidatura do professor Yoris, a quem nomeou como seu substituto para as eleições presidenciais.

"Ainda há tempo para inscrever a Dra. Corina Yoris, ou a minha, como era o mandato dos venezuelanos na escola primária", insistiu.

Yoris não conseguiu registrar a sua candidatura devido à falta de acesso ao sistema automatizado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A Plataforma Unitária Democrática (PUD) recebeu uma prorrogação da CNE, que permitiu ao diplomata Edmundo González ser inscrito provisoriamente através do cartão da Mesa de Unidade Democrática (MUD), com o objetivo de proteger os direitos políticos da organização até que a candidatura unitária seja formalizada.

Na carta, a opositora denunciou as graves violações do Acordo de Barbados, como a inabilitação pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), a prisão de pelo menos oito membros de sua equipe de campanha e o corte de energia na Embaixada Argentina, onde estavam hospedados seis opositores, entre outros incidentes.

Da mesma forma, advertiu que Maduro descreveu o seu partido, o Vente Venezuela, como uma "organização terrorista" e "para nos acusar, forjaram provas e forçaram alguns detidos a acusar os seus próprios colegas de falsas conspirações armadas".

"Atualmente, as minhas equipes em todo o país correm o risco de futuros desaparecimentos forçados e eu própria poderia estar sujeita a detenção injustificada", disse ela.

Além de González e Maduro, que buscará um terceiro mandato que o levará a quase duas décadas no poder, concorrem nestas eleições presidenciais outros 12 candidatos da chamada oposição dissidente.