Bahia

Conquista lidera casos de dengue na Bahia (à frente de Salvador)

Na Bahia, foram notificados 81.428 casos prováveis da doença

O Estado recomendou que o município amplie o horário de funcionamento dos postos de saúde, inclusive aos finais de semana e feriados, para assegurar a assistência aos pacientes com suspeita de dengue.

Além disso, um ofício direcionado à Prefeitura sugere a imediata instalação de unidades de referência para acolhimento, notificação, coleta de amostras e referenciamento para unidade hospitalar, quando necessário.

As medidas propostas ainda não foram plenamente adotadas pelo município, que confirmou a quarta morte devido à doença. 

O município, com 11.627 casos de dengue, figura hoje na primeira posição de registros de casos prováveis da doença, mais que o dobro do segundo lugar, ocupado pela capital baiana, Salvador, com 4.962 casos prováveis.

A UPA estadual de Vitória da Conquista, designada para urgências e emergências, enfrenta uma superlotação com 61% dos atendimentos, sendo casos menos urgentes que deveriam ser gerenciados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) municipais.

Em números, isso representa mais de 8 mil pacientes de um total de 13.500 atendimentos mensais, uma situação que destaca a deficiência das estruturas de saúde municipais e compromete a capacidade de resposta a emergências mais sérias na UPA.

No contexto da atenção primária em Vitória da Conquista, a insuficiência é evidente, com apenas 4 das 50 UBS atuando em horário limitado como unidades sentinelas ou de referência, uma configuração que não atende à demanda da população.

Essa lacuna na assistência primária contribui diretamente para a sobrecarga da UPA estadual, particularmente agravada pela epidemia de Dengue, indicando uma necessidade premente de ações municipais mais eficazes no controle vetorial e na oferta de serviços de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue significa esperança diante do número de casos da doença no Brasil, mas não é a solução imediata para o atual cenário epidemiológico, seja pelo público-alvo escolhido, que são jovens de 10 a 14 anos, seja pelo quantitativo de doses disponíveis no país.

A estratégia de alocação das vacinas é determinada pelo Ministério da Saúde, que se baseia em indicadores epidemiológicos do ano anterior para definir as áreas prioritárias. Dessa forma, a distribuição leva em conta o cenário nacional e os dados específicos de incidência da doença, não sendo uma decisão que o Estado possa alterar arbitrariamente. Essa abordagem procura maximizar o impacto da vacinação nas regiões mais afetadas, seguindo uma lógica de saúde pública que visa ao controle efetivo da Dengue em todo o território nacional.

81 mil casos

Em Conquista, foram notificados 11.627 casos, na segunda posição está a capital com 4.962 seguido por Feira de Santana com 2.888 casos prováveis. 

Ao todo, na Bahia, foram notificados 81.428 casos prováveis da doença até o dia 23 de março de 2024, registrando um Coeficiente de Incidência (CI) de 575,8 de casos/100 mil habitantes. No mesmo período de 2023, foram notificados 13.854 casos prováveis, o que representa um aumento de 487,8%. No total, 285 municípios da Bahia estão em estado de epidemia de Dengue, entre eles os três citados. Outros 45 estão em risco e 12 em alerta.

O Governo da Bahia já investiu mais de R$ 19 milhões no combate à Dengue através da aquisição de novos carros de fumacê, distribuição de aproximadamente 12 mil kits para os agentes de Combate às Endemias, além de apoio para intensificação dos mutirões de limpeza, com o auxílio das forças de segurança e emergência, e aquisição de medicamentos e insumos.

“O período de chuvas já está chegando em boa parte do nosso estado e precisamos redobrar a atenção. Reforçamos que o cuidado com a Dengue, e também com a Chikungunya e a Zika, é fundamental dentro dos imóveis, sejam eles residências ou locais de trabalho. Precisamos evitar a propagação do Aedes Aegypti, não deixando água parada”, afirma a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana. “O momento é de união entre Estado, Município e, sobretudo, a população. Nós temos buscado acabar com focos com nossas equipes e precisamos da parceria dos baianos”, complementa.

A Bahia possui uma taxa de letalidade de 1,47, menor do que a média nacional. Ao todo, foram confirmados 21 mortes por dengue nos municípios de Jacaraci (4), Vitória da Conquista (4), Piripá (3), Santo Antônio de Jesus (2), Barra do Choça (1), Caetité (1), Campo Formoso (1), Feira de Santana (1), Ibiassucê (1), Irecê (1), Juazeiro (1) e Santo Estêvão (1).

Em 2024, até 23 de março, foram notificados 6.706 casos prováveis de Chikungunya e registradas duas ortes, nos municípios de Teixeira de Freitas e Ipiaú. No mesmo período de 2023, foram notificados 5.802 casos prováveis.  Já os casos prováveis de Zika são 842 até 23 de março, contra 425 no mesmo período no ano passado. Nenhuma morte por Zika foi confirmado.