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Terroristas do Hezbollah disparam mais de 100 mísseis contra Israel

É o maior ataque desde que a milícia libanesa decidiu aderir ao conflito

Apenas na manhã desta terça-feira, o Hezbollah disparou mais de cem foguetes e mísseis contra o extremo norte de Israel. Esta é a maior quantidade de projéteis lançados pelo Hezbollah desde que a milícia libanesa decidiu aderir aos ataques lançados pelo Hamas em 7 de Outubro. Não há informações sobre feridos.

Na madrugada, Israel atacou infraestruturas do Hezbollah em Balbeque, no Líbano, a cem quilômetros da fronteira entre os países.

Em meio a tensões a partir do início do Ramadã, o exército confirmou ter matado um terrorista no norte da Cisjordânia que transportava explosivos e estava a caminho de realizar um ataque de grandes proporções em Israel. O Shin Bet, o serviço de segurança interno, informou que desde o começo do ano frustrou 150 ataques que seriam executados no país.

As autoridades israelenses buscam a confirmação da morte de Marwan Issa, responsável pela conexão dos braços político e militar do Hamas. O “número três” do grupo era um dos cinco homens que sabiam dos planos dos ataques de 7 de outubro.

No domingo, Israel realizou um ataque aéreo contra o campo de refugiados de Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, a partir de informações de inteligência sobre a localização de Issa.

Israel acredita que o assassinato de membros do alto escalão do Hamas pode levar Yahyia Sinwar, o líder do Hamas na Faixa de Gaza, a flexibilizar suas posições e concordar com um acordo de cessar-fogo temporário para a libertação de ao menos parte dos reféns israelenses.

O temor de Israel

Israel teme a tentativa do Hamas de insuflar ainda mais as tensões durante o Ramadã. As autoridades de segurança trabalham com uma situação especialmente dramática: a possibilidade de o grupo palestino tentar repetir na Cisjordânia ataques como os que foram executados contra os kibutzim no sul do país, em 7 de Outubro.

Em resposta ao Israel de Fato, o Exército de Israel não confirma a informação, mas esclarece que “o Comando Central concluiu um programa de treinamento em preparação para a escalada (de violência) que envolveu cenários que vão desde emboscadas e tumultos violentos até a proteção das comunidades”.

Os números mostram a preocupação com a situação na Cisjordânia; há um total de 23 batalhões do exército estacionados na região em comparação com 12 batalhões que se encontram neste momento em toda a Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, Israel decidiu aumentar significativamente as unidades de reserva na Cisjordânia como parte dos preparativos para as próximas semanas.

No território, Israel mantém quase 150 assentamentos com uma população judaica de 520 mil pessoas em meio a três milhões de palestinos. Os assentamentos são considerados ilegais pela maior parte da comunidade internacional, inclusive pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

“Os esforços intensivos de contraterrorismo das Forças de Defesa de Israel (FDI) e do Shin Bet (Serviço de Segurança Interno) na Judeia e Samaria (ou Cisjordânia) evitam uma escalada na situação de segurança e permitem nos concentrarmos no combate em Gaza e no Líbano”, disse Herzi Halevi, chefe do Estado-Maior do Exército de Israel.