Cinema

147 filmes integram a 27ª Mostra
de Cinema de Tiradentes

Parte da programação estará disponível online

Foto: Divulgação
Pirenopolynda, com direção de Izzi Vitorio, Tita Maravilha e Bruno Victor

A 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, de 19 e 27 de janeiro de 2024, abre o calendário audiovisual brasileiro.

Serão exibidos 145 filmes, sendo 43 longas, 3 médias e 99 curtas-metragens em 61 sessões de cinema. Os títulos vêm de 20 estados: Alagoas (4), Bahia (3), Ceará (7), Distrito Federal (4), Espírito Santo (2), Goiás (5), Maranhão (1), Minas Gerais (45), Mato Grosso (1), Pará (3), Paraíba (1), Pernambuco (10), Paraná (4), Rio de Janeiro (22), Rio Grande do Norte (3), Roraima (1), Rio Grande do Sul (3), Santa Catarina (2), Sergipe (1) e São Paulo (32).

Completam a programação debates, Encontros com os Filmes, bate-papos após sessões e rodas de conversa, numa ampliação da experiência cinematográfica que vai da exibição à interação posteriores em todos os espaços do evento (Cine-Praça, Cine-Tenda e Cine-Teatro) e da cidade.

Este ano o evento enfoca a temática “As formas do Tempo” e irá homenagear o cineasta André Novais Oliveira e a atriz Barbara Colen. Os atores Babu Santana, Grace Passô, Caio Blat, Luisa Arraes, Simone Spoladore, além de diretores como Neville D'Almeida, Bia Lessa, Julio Bressane, Thais Fujunaga, Eryk Rocha, Marcelo Caetano, o cantor Negro Leo, entre outros, também terão filmes em exibição no Festival.

Os filmes estarão distribuídos nas seguintes mostras: Aurora, Olhos Livres, Homenagem, Autorias, Deslumbramento, Invenção, Clássicos de Tiradentes, Olhares Foco, Panorama, Foco Minas, Praça, Formação, Jovem, Regional, Valores, Mostrinha e Filme de Encerramento.

Para ampliar a experiência, vários títulos ou conjunto de títulos contarão com debates nos Encontros com os Filmes, no Cine-Teatro, na presença de diretores, equipes de produção e críticos convidados, e rodas de conversa nas sessões no Cine-Praça.

Na 17a versão, a Aurora­, seção dedicada a filmes independentes feitos por realizadores com até três longas-metragens no currículo e de risco estético singular no cenário audiovisual recente, apresenta tradicionais 7 títulos inéditos, em pré-estreia: “Eu Também não Gozei” (SP), de Ana Carolina Marinho; “O Tubérculo” (SP), de Lucas Camargo de Barros e Nicolas Thome Zetune; “Maçãs no Escuro” (SP), de Tiago A. Neves; “Sofia Foi” (SP), de Pedro Geraldo; “Not Dead” (BA), de Isaac Donato; “Lista de Desejos para Superagüi” (PR), de Pedro Giongo; e “EROS” (PE), de Rachel Daisy Ellis. Eles vão ser avaliados pelo Júri Oficial e concorrem ao Troféu Barroco e a prêmios de parceiros da Mostra.

A Olhos Livres é um recorte de longas-metragens que se caracteriza pela diversidade de formas e conceitos, entre cineastas de carreiras consolidadas e outros em fase iniciática. São seis títulos: “Terror Mandelão” (SP), de Felipe Larozza e GG Albuquerque; “A Câmara” (DF), de Cristiane Bernardes e Tiago de Aragão; “Foram os Sussurros que me Mataram” (PR), de Arhur Tuoto; “SOAP” (RJ/SP), de Tamar Guimarães; “Aquele que Viu o Abismo” (SP), de Gregorio Gananian e Negro Léo; e “Seu Cavalcanti” (PE), de Leonardo Lacca. Todos vão ser avaliados pelo Júri Jovem e concorrem ao Troféu Carlos Reichenbach.

Os títulos da Mostra Praça em 2024, entre longas e curtas-metragens, seguem com a proposta de obras de diálogo imediato com o público e classificação livre. Entre os longas, há predominância de ficções, com presença forte de elementos da história do país. O grande sucesso “Mussum – O Filmis”, de Silvio Guindane, trata da trajetória de um músico e comediante essencial no imaginário brasileiro, enquanto o drama familiar “A Festa de Leo”, de Gustavo Melo e Luciana Bezerra e produzido pelo coletivo popular Nós do Morro, mostra a luta de uma mãe na tentativa de salvar a vida do pai de seu filho, dependente químico. “As Primeiras”, de Adriana Yañez, é um documentário sobre grupo de mulheres cariocas de 60 anos que formaram a primeira seleção feminina de futebol do Brasil, numa época em que o esporte era proibido de ser praticado por elas.

Entre os longas da Praça, há ainda as ficções “Mais um dia Zona Norte”, de Allan Ribeiro, vencedor de sete candangos no último festival de Brasília, incluindo o de melhor filme, que é uma crônica suburbana carioca e “Saideira”, de Júlio Taubkin e Pedro Arantes, que mostra duas irmãs a se reencontrar depois de uma década indo em busca da herança de um avô no interior de Minas.

Na mostra Autorias, o cearense Guto Parente retorna à Mostra com o premiado “Estranho Caminho”, sobre jovem cineasta que visita sua cidade natal e é surpreendido pelo rápido avanço da pandemia enquanto busca o pai. O mineiro Ricardo Alves Jr também também retorna em seu novo trabalho, “Tudo o que Você Podia Ser”, no qual se mostra o último dia de uma personagem na cidade de Belo Horizonte, entre despedidas e afetos familiares. Yvy Pyte - Coração da Terra, de Alberto Alvares e José Cury, é um documentário sobre a busca coletiva da comunidade indígena tekoha, desafiando as imposições coloniais e revelando a ligação profunda entre espiritualidade, terra e liberdade. Por fim, “O Diabo na Rua no meio do Redemunho”, de Bia Lessa, é uma releitura do romance “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e traz Caio Blat e Luisa Arraes no elenco.

Dois longas-metragens compõem a nova mostra Deslumbramento: “Bizarros Peixes das Fossas Abissais” é uma animação dirigida por Marão sobre uma mulher com poderes estranhos, uma tartaruga com transtorno obsessivo-compulsivo e uma nuvem com incontinência pluviométrica; e “Leme do Destino” traz de volta Julio Bressane, um dos grandes nomes do cinema brasileiro, desta vez dirigindo Simone Spoladore e Josie Antello como duas amigas escritoras lidando com seus desejos, amores e fantasmas. Por sua vez, a mostra Clássicos de Tiradentes, também uma novidade, exibe o curta-metragem “Meu Amigo Mineiro” (2013), de Gabriel Martins e Victor Furtado, ganhador do prêmio do Júri da Crítica da Mostra Foco; e o longa “Estrada para Ythaca” (2010), de Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti, filme que redefiniu a década dos anos 2010 como um exemplo de novas práticas de audiovisual tanto em termos de produção quanto de estética.

Nas sessões de curtas-metragens, compostas por 99 filmes, constam determinadas temáticas, como a precarização do trabalho, a violência contra LGBTQIA+, a relação com a terra e questionamentos sobre a masculinidade apareceram mais fortemente para a edição de 2024 e representam um misto de retomada da vida pós-pandemia com possibilidades de novos futuros depois dos tumultuados últimos anos no cenário político e social brasileiro. Os títulos vêm de 20 estados e se distribuem nos recortes Clássicos (1), Foco (13), Foco Minas (8), Formação (10), Homenagem (8), Invenção (2), Jovem (4), Mostrinha (7), Panorama (22), Praça (14), Regional (4) e Valores (6).

O Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro realiza uma segunda edição em 2024. A abertura do 2o Fórum de Tiradentes será no dia 20 (sábado), às 11h30, na mesa temática “Cultura e Democracia: O Audiovisual na Afirmação da Soberania Nacional”.

Estão previstas as participações de Margateh Menezes, ministra da Cultura; Fabrício Noronha, secretário de Estado de Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura; Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Gestores de Cultura das Capitais e Municípios Associados; e Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.